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Notícias / Crimes

Caso Henry: Monique e Jairinho recebem regalias na prisão, diz denúncia

Em entrevista ao UOL, agentes penitenciários afirmaram que o casal sequer foi levado até a área de carceragem do complexo

Pamela Malva Publicado em 15/04/2021, às 11h00 - Atualizado às 11h47

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Casal em momento anterior à prisão - Divulgação/Youtube
Casal em momento anterior à prisão - Divulgação/Youtube

Na última quinta-feira, 08, o vereador Dr. Jairinho e sua namorada, Monique Medeiros, foram presos por suposta interferência nas investigações da morte de Henry Borel. Agora, agentes penitenciários denunciaram, ao UOL, que o casal teve diversas regalias ao chegarem no presídio José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio.

De acordo com denúncia feita pelo veículo na última quarta-feira, 14, os funcionários do complexo relataram que Jairinho e Monique nem mesmo foram levados até a área de carceragem da unidade. Nesse sentido, durante as duas horas que ficou detido, o vereador ficou na sala de Ricardo Larrubia da Gama, o diretor da cadeia. Monique, por sua vez, passou o mesmo período sozinha, em uma sala de segurança.

Sob a condição de não serem identificados, os policiais ainda denunciaram ao UOL que, logo após a chegada de Jairinho — que não foi nem revistado como deveria ser —, o próprio diretor do complexo pediu que seus subordinados comprassem pão, café e refrigerante. Assim, de acordo com os agentes, os dois fizeram um lanche na sala.

Momento da prisão de Monique Medeiros / Crédito: Divulgação/Rede Globo

O comportamento

Do lado de fora da sala do diretor, os policiais de Bangu perceberam que Jairinho agia com bastante naturalidade, enquanto falava e dava gargalhadas com o diretor da prisão. Enquanto isso, Monique parecia estar sob efeito de algum medicamento.

Ao final das poucas horas, o casal foi enviado para a audiência de custódia, sendo que, em nenhum momento, os dois foram vestidos com os uniformes da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), como de praxe. Eles sequer foram algemados ao sair.

O momento que mais chamou atenção dos agentes penitenciários, contudo, foi quando, ao saírem da prisão, Monique e Jairinho puderam se despedir, o que é expressamente proibido. Os dois se abraçaram por menos de um minuto dentro da sala do diretor, que até saiu do ambiente para dar uma suposta privacidade ao casal.

Dr. Jairinho durante condução policial / Crédito: Divulgação / RecordTV

Consequências

Junto da denúncia, os policiais carcerários ainda afirmaram que todas as ações de Jairinho e Monique foram gravadas pelas câmeras de segurança da prisão. Tais imagens, então, foram entregues ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).

Ainda mais, segundo a Seap, tanto o diretor do complexo, quanto o subdiretor Felipe Veigo Pimentel foram afastados dos cargos. Em boletim interno publicado no dia 12, a secretaria afirmou que a saída de Ricardo Larrubia partiu do próprio diretor. Desde então, ambos estão trabalhando no Instituto Penal Cândido Mendes.

O problema é que as regalias concedidas a Jairinho e Monique não foram as primeiras registradas no complexo de Benfica. Isso porque, segundo o MP-RJ, o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, também teve grandes privilégios enquanto estava preso no complexo.

Em meados de 2017, além de queijos variados, bolinhos de bacalhau e iogurtes em baldes de gelo, Cabral ainda tinha à sua disposição uma academia particular e uma “sala de cinema”, sem contar o direito de receber visitas fora do horário estipulado.

Na época, em resposta às denúncias de privilégios garantidos ao ex-governador, a juíza Caroline Vieira Figueiredo e o então juiz federal Sergio Moro decidiram que Cabral deveria ser imediatamente transferido para um presídio no Paraná.