A descoberta foi possível a partir estudos com pequenos dentes de 200 milhões de anos
Uma equipe de cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e da Universidade de Helsinque, na Finlândia, realizou uma importante descoberta para a paleontologia, a qual foi publicada na Nature Communications.
Segundo Elis Newham, pesquisador associado da Universidade de Bristol, acreditava-se que as características dos mamíferos teriam evoluído todas ao mesmo tempo — ideia que mudou com a nova descoberta.
Na pesquisa foram digitalizados pequenos dentes dos primeiros mamíferos, o Morganucodon e o Kuehneotherium, a partir de raios-X, o que permitiu o estudo dos anéis de crescimento nas cavidades dos dentes — os quais surgem todos os anos ao longo da vida do animais e podem ser contados para indicar o tempo que esses animais viveram.
"Reconstruímos digitalmente as raízes dos dentes em 3-D e isso mostrou que o Morganucodon viveu por até 14 anos e o Kuehneotherium por até nove anos. Fiquei perplexo, pois essa expectativa de vida era muito mais longa do que um a três anos que prevíamos para minúsculos mamíferos do mesmo tamanho", disse o Dr. Newham.
A pesquisa ainda revelou uma outra característica desses primeiros mamíferos. Segundo Newham: "nossas descobertas mostram claramente que, embora tivessem cérebros maiores e comportamento mais avançado, eles não viviam rápido e morriam jovens, mas levavam uma vida mais lenta e mais longa, semelhante à de pequenos répteis, como os lagartos."