Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / América Latina

Colonizadores espanhóis eram dependentes de tecnologia indígena, afirma estudo

Para desenvolver armamento no território mesoamericano, os invasores europeus tinham de utilizar ferramentas locais

Isabela Barreiros Publicado em 31/03/2020, às 14h22

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Lareira de forno de fundição encontrada no México - Divulgação/Dorothy Hosler
Lareira de forno de fundição encontrada no México - Divulgação/Dorothy Hosler

Segundo um novo estudo publicado na revista científica Latin American Antiquity, colonizadores espanhóis dependiam fortemente de uma tecnologia desenvolvida pelos nativos da Mesoamérica, que atualmente se refere ao México, Guatemala, Belize e Honduras. Os europeus precisavam da técnica indígena de fundição de cobre para produzir armamento colonial.

Dorothy Hosler, professora de arqueologia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e Johan Garcia Zaidua, pesquisador da Universidade do Porto, em Portugal, por meio de evidências arqueológicas, sugerem que este foi um aspecto crucial para a formação da artilharia espanhola nas Américas.

"Sabemos por documentos que os europeus descobriram que a única maneira de fundir cobre era colaborar com os povos indígenas que já estavam fazendo isso. Eles tiveram que fechar acordos com as fundições indígenas", explica Hosler.

As altas quantidades de cobre necessitadas pelos colonizadores fizeram com que eles negociassem com fundições locais, que muitas vezes ficavam isentos dos impostos que geralmente eram cobrados. Para além de canhões e armamento, era preciso desenvolver moedas, chaleiras e panelas, entre outros objetos importantes.

Como não tinham conhecimento para tal produção, a dependência entre os povos permaneceu por pelo menos um século. Hosler sugere que isso pode ter durado ainda mais tempo, continuando por até mesmo dois séculos.