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Notícias / Arqueologia

Crianças incas eram drogadas antes de sacrifícios, sugere estudo

Pesquisadores descobriram a presença de substâncias alucinógenas nos restos mortais de duas crianças sacrificadas

Redação Publicado em 12/04/2022, às 15h02

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Fotografia de túmulo onde restos mortais foram encontrados - Divulgação/ Science Direct
Fotografia de túmulo onde restos mortais foram encontrados - Divulgação/ Science Direct

Uma equipe internacional de cientistas pode ter descoberto um novo aspecto dos rituais incas de sacrifício de criança, os "Capacochas", que eram realizados por ocasião da morte de um governante, nascimento de um herdeiro, guerras e outros momentos de relevância.

O inusitado achado científico, que foi descrito no Journal of Archaeological Science, analisou os restos mortais de duas crianças incas, um menino e uma menina, que foram enterradas no vulcão Ampato, localizado no Peru. 

Amostras de cabelos e unhas retiradas dos cadáveres foram submetidas a um exame toxicológico, revelando que os pequenos haviam consumido folhas de coca, que são conhecidas por darem uma sensação de euforia e bem-estar, assim como ayahuasca, uma bebida alucinógena, pouco antes de serem sacrificados. 

De acordo com as especulações dos pesquisadores, as substâncias psicoativas teriam sido usadas por suas propriedades antidepressivas, que tornariam a experiência mais fácil para as crianças dadas como sacrifício. Outra possível finalidade seria uma tentativa de comunicação com o mundo espiritual através dos pequenos. 

"Os cabelos e unhas de duas múmias Ampato foram examinados usando LC-MS/MS para a presença de alcalóides e metabólitos de coca (cocaína, benzoilecgonina, cocaetileno), mescalina, triptamina, harmalina e harmina. Os resultados do estudo mostram que durante as últimas semanas de vida das vítimas, elas mastigaram folhas de coca e se intoxicaram com ayahuasca , bebida feita principalmente a partir do Banisteriopsis caapi", diz a descrição.

"Na medicina moderna, as propriedades da harmina levaram ao uso da ayahuasca no tratamento da depressão. Os cronistas mencionaram a importância do humor das vítimas. Os incas podem ter usado conscientemente as propriedades antidepressivas da Banisteriopsis caapi para reduzir a ansiedade e os estados depressivos das vítimas", continua o texto. 

Outro detalhe é que a causa da morte da dupla não pôde ser determinada por conta da ausência de ferimentos externos, de forma que foi levantada a hipótese de que os jovens incas foram enterrados ainda vivos.