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Notícias / Arqueologia

Dano irreparável: empresa de mineração destrói cavernas aborígenes de 46 mil anos

A companhia Rio Tinto pediu desculpas pela depredação, descrita como um "erro incompreensível"

Vanessa Centamori Publicado em 01/06/2020, às 14h00

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Região das cavernas de Juukan Gorge - Divulgação
Região das cavernas de Juukan Gorge - Divulgação

As cavernas de Juukan Gorge, no norte da Austrália Ocidental, são um patrimônio sagrado dos povos aborígenes. Por milênios, as importantes estruturas históricas permaneceram como um símbolo da ocupação humana, que ocorreu há cerca de 46 mil anos. Mas essa riqueza teve fim com uma explosão estrondosa, que destruiu milhares de resquícios arqueológicos. 

Segundo o jornal The Independent, o episódio foi descrito recentemente, pelo ministro federal para assuntos indígenas, Ken Wyatt, como um "erro incompreensível". A tragédia ocorreu devido às empreitadas da empresa de mineração Rio Tinto, que aniquilou no dia 24 de maio os dois únicos sistemas de cavernas australianos com evidências de ocupação durante a Era do Gelo. 

Acontece que as cavernas de Juukan Gorge também estavam no local da mina de ferro Brockman 4, da companhia anglo-australiana. A demolição administrada pela gigante da mineração representou uma enorme derrota por parte dos guardiões locais. 

As cavernas eram do povo Puutu Kunti Kurrama e Pinikura (PKKP), que batalhou por longos sete anos contra a destruição de sua cultura. A luta, no entanto, não acabou bem para os representantes aborígenes. 

Imagem ilustrativa da Rio Tinto / Crédito: Rio Tinto/Divulgação

O PKKP afirmou na semana passada que se ofereceu a negociar com a mineradora, mas a Rio Tinto teria afirmado que os explosivos já haviam sido lançados e que era impossível removê-los. 

Por sorte, em 2014, um ano após a aprovação inicial da explosão, arqueólogos recuperaram 7 mil artefatos das cavernas, incluindo pedras de amolar, um osso afiado e um cinto de cabelo trançado de 4 mil anos. Tudo isso antes da terrível destruição que ocorreu finalmente este ano. 

Sobre o incidente, em comunicado, o CEO da Rio Tinto, Chris Salisbury, pediu desculpas pelo sofrimento que a empresa causou. “Prestamos nossos respeitos ao povo Puutu Kunti Kurrama e Pinikura (PKKP), e lamentamos a angústia que causamos", disse.