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Notícias / Entretenimento

Debate racial: uma noite fictícia bastante provável em Uma Noite em Miami

Grandes ícones afro-americanos unem-se para debate sobre assuntos indigestos em um dos momentos mais impactantes do movimento civil nos Estados Unidos

Coluna - Daniel Bydlowski, cineasta Publicado em 23/03/2021, às 11h01

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Imagem promocional de Uma Noite em Miami (2021) - Crédito: Divulgação / Prime Video
Imagem promocional de Uma Noite em Miami (2021) - Crédito: Divulgação / Prime Video

Sam Cooke (Leslie Odom Jr.), Jim Brown (Aldis Hodge), Malcolm X (Kingsley Ben-Adir) e Muhammad Ali (Eli Goree). Era para ser uma festa, após a vitória de Ali contra Sonny Liston, o campeão, no Miami Convention Hall.

Mas o cenário foi uma reflexão acalorada e cheia de ideias sobre o racismo e o momento político na terra do Tio Sam. O filme foi baseado na peça homônima de Ken Powers, que parte de uma suposta comemoração em um quarto de hotel que uniu ícones pretos, uma lenda do soul, um dos melhores jogadores de futebol americano, um ativista importantíssimo para a comunidade afro-americana, e, claro, um dos maiores pugilistas de todos os tempos.

O dream team no ápice do movimento civil norte-americano. Pausa no filme! Sam Cooke: cantor compositor e empresário americano. Nasceu em 1931, no Mississipi e foi considerado pioneiro e influente do gênero soul. O verdadeiro rei. O hino "You Send Me" foi um dos seus maiores sucessos.

Sua morte, a bala por um gerente de hotel, foi considerada justificável. Jim Brown: running back no Cleveland Browns da National Football League (NFL) de 1957 a 1965, foi considerado o melhor jogador de todos os tempos dentro do desporto futebol americano. Nasceu em 1936 e ainda desfruta da vida aos 85 anos. Malcolm X: deveria dispensar apresentações. Defensor dos direitos afro-americanos e fundador da Organização para a Unidade Afro-Americana.

Ele conseguiu unir brancos e pretos em prol da mobilização para a conscientização sobre crimes cometidos contra sua etnia. Nasceu em 1925, no Nebraska, e morreu aos 39 anos, com 16 tiros de balas de calibre 38 e 45, pelas mãos de três membros da Nação do Islã. Deixou a mulher grávida e quatro filhos. Muhammad Ali: eleito o Desportista do Século, em 1999, foi um dos melhores pugilistas que esse mundo já viu.

Cassius Marcellus Clay, Jr., seu nome verdadeiro, era filho de político abolicionista, ganhou 56 lutas de 61 que participou, era um ativista por amor e fez mentoria espiritual e política com Malcon X, mas o Mal de Parkinson acometeu seu sistema neurológico, e veio a falecer em 2016 por choque séptico. Voltamos à reprodução! No lançamento dirigido por Regina King, a realidade impactante foi exposta, aquela indigesta e necessária.

A cada frase, a cada debate, todos os pontos abordados são uma exposição clara da verdade, e com naturalidade, os diálogos giram em torno do racismo e os problemas sociais enfrentados por pretos diante a esse panorama cruel. As cenas iniciais são fundamentais para o enredo, Ali luta com um competidor branco enquanto é avacalhado pelo público. Cooke é vaiado por uma plateia predominantemente branca.

Brown recebe medalha de honra do lado de fora, pois não tinha permissão de colocar seus pés pretos na Casa Branca. São passagens fortes e que justificam todo enredo depois desse ponto. Embates. É disso que a obra é feita. Malcom X e o Rei do Soul expõe diferentes pontos de vista sobre a luta, mas Cooke é privilegiado entre eles por receber royalties dos brancos com suas músicas.

Cena do filme Uma Noite Em Miami (2020) / Crédito: Divulgação / Prime Video

Por outro lado, Malcom acredita que suas canções deveriam ser um pouco mais desafiadoras, para compor o combate. Brown é o mediador dos conflitos e consegue criar uma egrégora de empatia entre eles. São lados antagônicos de um mesmo objetivo, a liberdade da população preta e a defesa de sua própria vida e de seus irmãos de etnia.

O que instigou o filme conseguiu mesclar uma luta que há tempos desencadeou a liberdade, ante a reeleição de Donald Trump e pós o assassinato de George Floyd, morto pelo policial Derek Chauvin.

A brilhante ideia de reunir ícones que esbanjam coragem, carisma e que conquistam comunidades de todas as cores, para conseguir intimar a sociedade à reflexão de que vidas negras importam, é um gesto que a sétima arte deve incluir no roteiro.


Sobre o cineasta

O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.


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