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Notícias / Nazismo

Declarações sobre o nazismo de Monark e Kim Kataguiri serão investigadas pela PGR

Declarações antissemitas no Flow Podcast geraram indignação nesta terça-feira, 8

Redação Publicado em 08/02/2022, às 20h25

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Registro do episódio do Flow Podcast - Divulgação/Vídeo/Youtube/Flow Podcast
Registro do episódio do Flow Podcast - Divulgação/Vídeo/Youtube/Flow Podcast

O apresentador do Flow Podcast, Bruno Aiub, também conhecido como Monark, foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter e causou indignação entre internautas ao defender o reconhecimento do partido nazista por lei no Brasil, além de defender o direito de ser 'anti-judeu'. 

Após entidades e personalidades da mídia terem se pronunciado após o esdrúxulo episódio, Augusto Aras, procurador-geral da República, determinou que Monarke Kim Kataguiri, do Podemos-SP, serão investigados por crime de apologia do nazismo. 

Durante a conversa com o apresentador, Kim foi questionado se a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo. De imediato, o deputado respondeu: 'sim'. 

A Procuradoria Geral da República explica que o episódio passará pela análise da assessoria criminal de Aras, pois, Kataguiri, por ser deputado federal, tem foro privilegiado no STF.

Conforme repercutido pelo Yahoo!, com informações do G1, a nota destaca que Aras não pode se posicionar a respeito do episódio diante da investigação que será iniciada, contudo, frisou que é contra discursos de ódio.

"Todo discurso de ódio deve ser rejeitado com a deflagração permanente de campanhas de respeito a diversidade como fazemos no Ministério Público brasileiro para que a tolerância gere paz e afaste a violência do cotidiano", afirmou Aras.

A polêmica 

Enquanto apresentava o podcast, que contou com a participação da deputada Tabata Amaral, PSB-SP e Kim Kataguiri, do Podemos-SP, Monark disse: “Eu sou mais louco do que vocês. Eu acho que tinha que ter partido nazista reconhecido pela lei”.

Rebatido por Tabata, Monark não mudou de opinião: “(...) se um cara quisesse ser anti-judeu, eu acho que ele tinha o direito de ser”, diz ele. Em seguida, o apresentador questiona: “Você vai matar quem é anti-judeu? (...) Ele não está sendo anti-vida, ele não gosta dos ideais [dos judeus]". 

Após a polêmica nas redes sociais, Monark se retratou.

“Galera, eu queria fazer esse vídeo só para pedir desculpa mesmo porque eu errei, a verdade é essa. Eu tava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares no mundo, mas fui defender essa ideia de um jeito muito burro e tava bêbado. Eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Porra, eu peço perdão pela minha insensibilidade”, explicou Monark em vídeo divulgado nas redes sociais.

Em seguida, o apresentador pede 'compreensão'. 

“Mas peço um pouco de compreensão. São quatro horas de conversa e eu estava um pouco bêbado. Fui insensível, sim, fui insensível e errei na forma como eu me expressei. Dá a entender que eu tô defendendo coisas abomináveis, é uma merda, errei pra caralho. Peço compreensão de vocês e peço desculpas a toda comunidade judaica. Não queria ser insensível e não foi a minha intenção. Convido os representares dessa comunidade para vir conversar comigo e explicar em sobre toda a história. Obrigado”, disse ele.

Demissão

Após fala esdrúxula, o apresentador foi demitido do podcast e o episódio retirado do ar. 

"Ao longo da nossa história, tratamos de termos sensíveis e polêmicos buscando promover conversas abertas sobre assuntos relevantes para a nossa sociedade, sem preconceitos ou ideias pré-concebidas, pelo que acreditamos e defendemos.

O Flow Podcast surgiu de um sentimento de liberdade, pluralidade e transparência. Com isso, carregamos a responsabilidade de nos conectar com milhões de pessoas e é inevitável que grandes decisões exijam grandes responsabilidades. Reforçamos o nosso comprometimento com a Democracia e Direitos Humanos, portanto, o episódio 545 foi tirado do ar.

Comunicamos também a decisão que a partir deste momento, o youtuber Bruno Aiub @Monark está desligado dos Estúdios Flow. Esta decisão fora tomada em conformidade com o que determinam todos os preceitos de boa prática, nossa visão e missão, as quais o Estúdios Flow compactua e segue, lamentando profundamente o episódio ocorrido.

Pedimos desculpas à comunidade judaica em especial e a todas as pessoas, bem como repudiamos todo e qualquer tipo de posicionamento que possa ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de alguma sociedade.

Por fim, aos nossos fãs, convidados, ouvidos, equipe e apoiadores, fica a mensagem de que iremos superar essa situação contribuindo para uma sociedade mais justa e transparente, o que sempre foi nosso objetivo, exprimindo opiniões francas e livres, com a liberdade de expressão amparada por preceitos legais", diz o comunicado. 

O rastro do nazismo

Durante o Holocausto na Segunda Guerra Mundial (1939 -1941), estima-se que cerca de 5 a 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelo regime nazista, sob a justificativa de uma supremacia da raça ariana.

Ao lado de outras mentes cruéis, Adolf Hitler foi o responsável pelo massacre de judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová e outras minorias durante a Segunda Guerra Mundial.

No Terceiro Reich, aqueles excluídos da ‘raça ariana’ eram enviados para campos de trabalho forçado e execução. Uma das vítimas brasileiras do regime é o senhor Andor Stern.

“Eu tive o privilégio de ter reposto tudo que eu perdi. A vida me compensou de verdade: me deu, por exemplo, uma família maravilhosa e a oportunidade de, ainda com a minha idade, ser lúcido. Eu não tenho muito do que reclamar da vida, ainda que tenha vivido o que eu presenciei”, disse ele em entrevista ao site Aventuras na História no ano passado.