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Notícias / Brasil

Desempregado, professor com mestrado em comunicação pede emprego nos semáforos de BH

“Enviar currículo parece não resolver”, desabafa Eduardo Durães Júnior em suas redes socias

Fabio Previdelli Publicado em 09/08/2021, às 15h23

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Eduardo Durães Júnior pedindo emprego nos semáforos de BH - Divulgação/LinkedIn/Eduardo Durães Júnior
Eduardo Durães Júnior pedindo emprego nos semáforos de BH - Divulgação/LinkedIn/Eduardo Durães Júnior

Motoristas que trafegam pelas ruas de Belo Horizonte estão presenciando uma cena inusitada nos semáforos da cidade. Afinal, conforme relata matéria publicada pelo UOL, um homem está abordando as pessoas e lhes oferecendo doces gratuitamente.  

Num primeiro momento o gesto de Eduardo Durães Júnior pode chamar a atenção, mas quem conhece sua história acaba se comovendo com o ato. Desempregado, essa foi a forma que o mestre em Estudos de Linguagem e jornalista encontrou para tentar conseguir um emprego.  

"Hoje, minha vida imitou minha arte: estive nos semáforos na Raja Gabaglia, região oeste de BH; depois na Babita Camargos, Cidade Industrial, Contagem. Dividi minha história com o Jonh e o Guilherme, vendedores ambulantes", disse Eduardo em seu LinkedIn — relembrando que chegou a compartilhar o espaço até mesmo com um graduado em direito que estava vendendo bilhetes de loteria.  

Com máscara de proteção conta o novo coronavírus, Durães Júnior pendurou um cartaz de cerca de um metro no pescoço para anunciar: “Preciso de emprego”. A frase era completada com suas qualificações e objetivos: "Sou jornalista, professor e tenho um mestrado. E também uma filha pra sustentar! Você pode me ajudar?". 

Eduardo conta que resolveu fazer esse experimento já que estava cansado de enviar currículos e não obter respostas. Além do cartaz, o homem também distribuía paçocas aos motoristas que passavam pela rua. “A maior parte faz cara de espanto”, afirmou. 

“Na cidade industrial, foi melhor. Um sujeito, ao receber a paçoca, me ofereceu 5 reais: 'É pra te ajudar'. Ri e recusei, dizendo que não estava ali pra pegar dinheiro. Outro ofereceu-me moedas", recorda. 

Ainda sem estar empregado, o sujeito relatou que voltará às ruas em breve: “Fui dar visibilidade à minha luta: pedir um emprego de verdade, algo digno, um que pague um salário pelo trabalho que executo sempre com dedicação, empenho e esforço. Enviar currículo parece não resolver. Sequer respondem: 'recebemos o documento'. Estar no LinkedIn, muito menos; ter instagram, facebook, tampouco”.