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Notícias / Oriente Médio

Desfiladeiro no norte da Síria foi usado pelo ISIS para desovar corpos, afirma organização internacional

Imagens captadas pela Human Rights Watch na falha de al-Hota revelariam que Estado Islâmico usou local como depósito de cadáveres

André Nogueira Publicado em 04/05/2020, às 12h00

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Estado Islâmico - Wikimedia Commons
Estado Islâmico - Wikimedia Commons

Segundo novo relatório da Human Rights Watch (HRW), um desfiladeiro al-Hota, próximo à cidade de Raqqa, na Síria, foi utilizado pelo Estado Islâmico como depósito comum de corpos sequestrados e executados durante a guerra. Agora livre da dominação do califado, o local passará por análise, onde os corpos serão removidos e checados, no processo de catalogação dos crimes cometidos pelos fundamentalistas entre 2013 e 2015.

As imagens de cadáveres no fundo do desfiladeiro foram captadas por drones da instituição internacional, mas as causas concretas das mortes ainda não podem ser determinadas. A depressão geológica, com água no fundo, é tão profunda que novos restos não foram captados pelas filmagens. "O desfiladeiro de Al-Hota, que já foi um belo local natural, tornou-se um lugar de horror e acerto de contas", afirmou a pesquisadora da organização Sara Kayyali, a Al Jazeera.

"Revelar o que aconteceu lá, e nas outras valas comuns na Síria, é crucial para determinar o que aconteceu com as milhares de pessoas executadas pelo ISIS e responsabilizar seus assassinos", completou Kayyali.

Segundo relatos de moradores de Raqqa, membros do Estado Islâmico costumavam ameaçar jogar a população no desfiladeiro durante domínio da região. "Era uma área de despejo para corpos de todo mundo", afirmou um sírio que localizou corpos acidentalmente, em entrevista à HRW.

Gruta de al-Hota, em digitalização 3D feita pela HRW / Crédito: Divulgação/YouTube

Já haviam sido divulgadas imagens do uso desse desfiladeiro como depósito de mortos em um vídeo postado pelo Estado Islâmico no Facebook em 2014. Essa teria sido mais uma das formas de desovar corpos por parte do califado, que criou dezenas de valas comuns no deserto da Síria para enterrar milhares de assassinados.

Controlado pelo Exército da Síria, na fronteira com o domínio curdo das Forças Democráticas, a falha geológica ainda não pode ser plenamente acessada para a exumação dos corpos.

"Eles [quem dominar a região] devem facilitar a coleta de evidências para responsabilizar os membros do ISIS por seus crimes horrendos, bem como aqueles que despejaram corpos em al-Hota antes ou depois da regra do ISIS", levantou Kayyali.