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Notícias / Estados Unidos

Disney é acusada de censurar personagens LGBTQIA+

Artistas ainda apontam que a empresa lucra com a causa, mas não a apoia concretamente; entenda!

Fabio Previdelli Publicado em 11/03/2022, às 12h46

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Mickey e Minnie com uma bandeira LGBTQIA+ ao fundo - Montagem Getty Images com fundo Wikimedia Commons
Mickey e Minnie com uma bandeira LGBTQIA+ ao fundo - Montagem Getty Images com fundo Wikimedia Commons

A Walt Disney Company foi acusada por funcionários da Pixar, um estúdio de animação subsidiário, de sofrerem censura em cenas que mostram afeto entre personagens do mesmo gênero

Uma carta assinada por "funcionários LGBTQIA+ da Pixar e seus aliados" acabou sendo obtida pela revista Variety, que repercutiu seu conteúdo. Nela, o grupo aponta que executivos da Disney ordenam que cortes sejam feitos "quase todo momento de afeto abertamente gay, independentemente de protestos das equipes criativas ou das lideranças da Pixar".

Disney em torno de outra polêmica

Entretanto, este não é o único capítulo sobre o tema protagonizado pela Disney. Conforme aponta matéria da Folha de S. Paulo, nos últimos dias, uma lei foi aprovada na Flórida que impede que discussões sobre orientação sexual e identidade de gênero sejam feitas em salas de aula

Desta forma, a “Don’t Say Gay” (‘Não Diga Gay’), como a lei foi apelidada, proíbe que docentes discutam sobre questões LGBTQIA+ com alunos de até nove anos — ou outro grupo que julgarem o tema inapropriado.

Além disso, segundo a Folha, qualquer professor que ‘identifique’ alunos como LGBTQIA+ falem diretamente com seus responsáveis sobre o assunto. A medida, segundo críticos, pode promover uma “caça às bruxas” aos docentes que se recusarem a acatá-la. 

O papel da Disney — uma das companhias que mais gera empregos no estado — nessa história diz respeito ao seu CEO, Bob Chapek, que teve um posicionamento muito limitado em relação ao assunto, afirmando que o máximo que a empresa pode fazer é “criar um mundo mais inclusivo pelo conteúdo inspirador que produzimos”. 

Entretanto, foi revelado que a companhia fez doações para diversos nomes que apoiam abertamente a controversa lei. Com isso, a carta escrita por funcionários da Pixar ordena que esse suporte seja encerrado. 

Para tentar reverter o cenário, Chapek informou que a Disney doaria 5 milhões de dólares (R$ 25 milhões) para a Human Rights Campaign (HCR) e outras instituições que agem em prol da comunidade LGBTQIA+. Porém, a HCR se recusou a receber o valor enquanto a Disney não agir mais diretamente pela causa. 

"Este não é um assunto que pode esperar até o Reimagine Tomorrow [convenção pró-diversidade da Disney] em abril, ou o Mês do Orgulho em junho. Esse assunto precisa ser discutido agora. É urgente. Em 2021, 42% dos jovens LGBTQIA+ consideraram seriamente o suicídio, incluindo mais da metade de jovens trans ou não binários, o que tem como principal causa a falta se apoio que legislações discriminatórias como essa permitem", aponta um trecho da carta. 

A Disney diz cuidar do bem-estar das crianças, mas apoia políticos como esses, que ferem diretamente um dos nossos públicos mais vulneráveis. Há vidas em jogo e o apoio da Disney pode salvar essas vidas. 'Ainda há trabalho a ser feito', seu email diz. Esse é o trabalho", concluem os funcionários da Pixar. 

Diante do cenário, segundo a Folha, muitos artistas e personalidades acusam a empresa de lucrar com o chamado “pink money”, quando uma companhia se promove em cima do público LGBTQIA+, mas, no entanto, não age concretamente para apoiar a diversidade de gênero. A Disney não se pronunciou sobre o assunto.