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Notícias / Brasil

Durante manifestação na Avenida Paulista foram capturadas imagens de bandeira da Ucrânia

Manifestantes foram para rua mesmo durante as orientações de isolamento social devido à pandemia de coronavírus

Redação Publicado em 26/05/2020, às 10h50

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Imagem mostra a bandeira rubro-negra de grupo neonazista - Divulgação
Imagem mostra a bandeira rubro-negra de grupo neonazista - Divulgação

Segundo reportagem publicada pela Revista Veja na manhã de hoje, 26, alguns manifestantes radicais ergueram a bandeira que seria de um grupo de extrema-direita europeu, durante manifestações que aconteceram no último domingo, 24, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Os protestos que aconteceram durante a pandemia de covid-19 foram realizados em defesa do presidente Jair Bolsonaro e contra o governador do Estado de São Paulo, João Dória. A bandeira de um grupo ucraniano foi novidade nessa manifestação, porém, mais uma vez os discursos promovidos foram contra o isolamento social e a favor de um novo golpe militar.

A bandeira levantada durante a carreata foi apropriada por um grupo ucraniano conhecido pelo uso abusivo de violência, muitos de seus integrantes usam até tacos de baseball para fazer o que eles chamam de segurança da capital do país, Kiev.

Coronavírus no Brasil

Nos últimos dias, o Brasil subiu para o segundo lugar no ranking de casos de covid-19, a cidade de São Paulo é a mais atingida do país, com 82.161 mil casos confirmados e 6.163 mil mortes. No Brasil já são mais de 376.660 mil pessoas infectadas pelo novo vírus, com 23.522 mil mortes confirmadas.

Devido ao momento delicado que o país enfrenta, alguns internautas demonstraram indignação com as manifestações, nas redes sociais.


Atualização 

Durante novas manifestações nesse último domingo, 31, na Avenida Paulista, o canal CNN, noticiou que o coronel Camilo havia informado que um tumulto envolvendo manifestantes fora iniciado devido aos mesmos aparecerem com a bandeira neonazista. 

Em entrevista ao vivo, Rostyslav Tronenko, atual embaixador da Ucrânia no Brasil, informou que não se trata de um brasão neonazista, mas sim de uma bandeira "rubro-negra, que simboliza a nossa terra e o sangue de nossos heróis derramado por Liberdade" há muito tempo. 

Assim, o item apresentado na Avenida Paulista não teria nenhuma relação com o Pravy Sektor (Setor Direita). Também foi revelado que ele é usado desde o século 16, de acordo com Tronenko. Na semana passada, Tronenko havia divulgado um comunicado oficial explicando o episódio.

Confira abaixo.

"No dia 26 de maio de 2020, a Veja publicou o artigo “Manifestação pró Bolsonaro na Av. Paulista tem até bandeira neonazista” no qual foi feita uma tentavia arbitrária e subjetiva de interpretar o significado dos símbolos históricos e estatais da Ucrânia, inserindo-os deliberadamente na conjutura das discussões internas brasileiras.

A Embaixada da Ucrânia no Brasil categoricamente refuta a maneira tendenciosa e leviana como o artigo mencionado foi entitulado.

Aproveitando direito a resposta, consideramos que os valores de liberdade de expressão e da imprensa que as nossas nações compartilham não podem ser usadas para depreciação dos símbolos oficiais e históricos, bem como para denegrir a imagem de um país – parceiro estratégico do Brasil.

Gostaria de lhe informar que para milhões de ucranianos, tanto na Ucrânia como até mesmo no Brasil a bandeira rubro-negra simboliza a nossa terra e o sangue de nossos heróis derramado por Liberdade, Independência e Soberania da Ucrânia. Essa bandeira foi usada desde o século XVI pelos cossacos ucranianos nas lutas contra invasores estrangeiros, e por isso durante o século passado e no começo do século XXI virou o símbolo de luta dos ucranianos contra ocupação, chovinismo e imperialismo russos.

O tridente, é o brasão oficial do nosso estado desde época do Príncipe Volodymyr, que levou o Cristianismo para Rus de Kyiv no ano 988, e simboliza a Santíssima Trindade.

Esses são os verdadeiros significados da bandeira histórica e do brasão da Ucrânia.

Cabe mencionar que no ano 2015, na Ucrânia, foi aprovada a Lei “Sobre a condenação dos regimes totalitários comunista e nacional-socialista (nazista) na Ucrânia e proibição de propaganda de seus símbolos”. Por isso também o uso da bandeira vermelha e negra e do brasão da Ucrânia tanto no nosso país, como no Brasil não tem nada a ver com o movimento neonazista. Tal interpretação é manipulação predileta da propaganda russa (soviética) que continua a semear inverdades, odio, xenofobia e antisemetismo para enfraquecer a democracia nos nossos países.

Quanto aos movimentos da extrema direita na Ucrânia, não é dificil descubrir em fontes confiáveis que os seus representantes juntos conseguiram o máximo de 1,5-2% do voto popular nas últimas eleições presidenciais nos anos 2014 e 2019. O movimento “Setor da Direita” que surgiu como reação da sociedade contra interferência da Rússia nos assuntos internos da Ucrânia e virou o partido político depois da ocupação ilegal da República Autônoma da Criméia pela Rússia e começo da agressão da mesma no Leste da Ucrânia, não apresentou os candidatos durante as eleições parlamentares do ano passado.

Acreditando no apelo da VEJA em sua biografia em redes sociais como o Twitter “compartilhe verdades”, peço que o Senhor publique essa carta e consulte a Embaixada sobre assuntos da historia e da atualidade da Ucrânia."