Kelen Giovana teve parte da perna amputada durante a tragédia da boate Kiss, que completa 10 anos
Há 10 anos, o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, deixava o Brasil em luto. No estabelecimento, o uso de pirotecnia por membros da banda Gurizada Fandangueira resultava em um incêndio espalhado através de uma espuma irregular presente no teto da casa noturna. Com a tragédia, 242 pessoas perderam as suas vidas.
Em dezembro, mês que marcou o passo inicial do julgamento dos responsáveis pelo episódio, uma sobrevivente do incêndio da boate Kiss realizou um depoimento no qual falou sobre as lesões que sofreu na tragédia.
Kelen Giovana Leite Ferreira, hoje com 28 anos, estava presente na casa noturna no dia 27 de janeiro de 2013 e teve 18% de seu corpo queimado. Além disso, perdeu parte de uma das pernas.
Segundo informações do G1, a mulher relatou que caiu quando tentava fugir do incêndio e sua sandália ficou presa no tornozelo, o que interrompeu a circulação sanguínea. Não havia outra alternativa, a não ser amputar a parte do corpo afetada.
"A última vez que eu corri foi para tentar me salvar da morte", disse a jovem que, nos últimos anos, tem passado por um processo de aceitação em razão das cicatrizes que adquiriu.
"Eu queimei 18% do corpo e eu perdi meu pé. Uso uma prótese em decorrência de tudo o que aconteceu", declarou.
A jovem também fez um forte desabafo sobre um documentário gravado por um dos réus, em que fala sobre todo o processo encarado após o incêndio ocorrido na casa noturna.
"Dor não é gravar um vídeo e chorar. Dor é passar esses oito,, quase nove anos, o que eu passei lá dentro, o que eu passo na minha pele, o que eu passo andando na prótese, machuca. Isso é dor. Dor é quando eu olhei muito tempo no espelho e chorei por ter ficado assim", disse ela.