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Notícias / Paleontologia

Relembre: Empresa arrecada US$ 15 milhões para recriar os antigos mamutes

O objetivo da Colossal é financiar uma inusitada pesquisa, cujo intuito é trazer de volta os animais que ocupavam a tundra ártica

Pamela Malva Publicado em 13/09/2021, às 22h00 - Atualizado em 18/10/2021, às 12h11

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Imagem meramente ilustrativa de mamute - Divulgação/ Pixabay/ Michi-Nordlicht
Imagem meramente ilustrativa de mamute - Divulgação/ Pixabay/ Michi-Nordlicht

Em 13 de setembro, a Colossal, uma empresa de biociência e genética, anunciou que arrecadou cerca de US$ 15 milhões para financiar uma nova iniciativa científica. Segundo o The Guardian, trata-se de uma pesquisa com o objetivo de recriar os antigos mamutes, a fim de devolvê-los ao seu habitat natural e, assim, combater as mudanças climáticas.

A ideia inicial dos pesquisadores é criar um híbrido entre os mamutes e os elefantes modernos, através do desenvolvimento de embriões gerados em laboratório. Para isso, eles buscam transformar as células da pele de elefantes asiáticos, que estão ameaçados de extinção, em células-tronco versáteis, que carregam o DNA de mamutes.

Uma vez criados, os embriões devem ser fecundados em elefantes fêmeas, ou em uma espécie de útero artificial. Caso as primeiras fases da pesquisa deem certo, os cientistas esperam conhecer os dois primeiros filhotes híbridos em até seis anos.

Nosso objetivo é fazer um elefante resistente ao frio, mas ele terá a aparência e o comportamento de um mamute”, explicou George Church, professor de genética na Universidade de Harvard Medical, em entrevista ao The Guardian. 

Pioneiro de novas abordagens para edição de genes, o pesquisador é um dos fundadores da Colossal. “Não estamos tentando enganar alguém, mas queremos algo que seja funcionalmente equivalente ao mamute, que faça todas as coisas que os elefantes e mamutes fazem, em particular derrubando árvores ”, explicou ele.

Dessa forma, o projeto não apenas irá ajudar a conservar os elefantes asiáticos, como ainda pretende garantir-lhes características que favorecem sua sobrevivência no Ártico. Por fim, os cientistas ainda esperam restaurar o antigo habitat dos mamutes com a espécie híbrida, combatendo alguns dos impactos das mudanças climáticas.

De acordo com os especialistas, a ideia é liberar esses animais em grandes áreas da tundra ártica. Livres e com comportamentos semelhantes aos dos mamutes, os híbridos devem, por exemplo, derrubar as árvores, restaurando as antigas pastagens.

Opiniões contrárias

Para a bióloga evolucionista do Museu de História Natural Dra. Victoria Herridge, contudo, o estudo não parece tão positivo quanto os cientistas acreditam ser. Na opinião da especialista, essa não é a melhor opção para recuperar a tundra ártica.

Meu pensamento pessoal é que as justificativas dadas — a ideia de que você poderia fazer a geoengenharia do ambiente ártico usando uma série de mamutes — não é plausível”, explicou ela.

“A escala em que você teria que fazer esse experimento é enorme”, pontuou Herridge. “Você está falando sobre centenas de milhares de mamutes, cada um levando 22 meses para gestar e 30 anos para crescer até a maturidade. ”

Acontece que, na opinião de Ben Lamm, empresário de tecnologia e software e cofundador da Colossal, o intuito da pesquisa é outro. “Nosso objetivo não é apenas trazer de volta os mamutes, mas trazer de volta rebanhos intercruzáveis ​​que são reconquistados com sucesso na região do Ártico”, defende o especialista.