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Notícias / Brasil

Empresa rompe contrato com podcast após falas antissemitas

Em nota de repúdio, a Flash Benefícios afirmou que discorda dos posicionamentos de Monark, apresentador do Flow Podcast

Pamela Malva Publicado em 08/02/2022, às 14h00 - Atualizado às 17h27

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Imagem do mais recente episódio do podcast - Divulgação/ Twitter/ @KimKataguiri
Imagem do mais recente episódio do podcast - Divulgação/ Twitter/ @KimKataguiri

Na última segunda-feira, 7, o Flow Podcast gerou diversas polêmicas nas redes sociais, após falas antissemitas de seu apresentador, Monark. Diante das discussões, então, um dos patrocinadores do programa, a Flash Benefícios, decidiu romper o contrato com os Estúdios Flow, empresa responsável pela produção do podcast.

No anúncio, segundo o Yahoo!Finanças, a Flash Benefícios afirmou que “acredita em uma sociedade igualitária, sem qualquer tipo de discriminação”. “Não há sociedade livre quando há intolerância ou busca de legitimação de discursos odiosos, nazistas e racistas, tecidos a partir de uma suposta liberdade de expressão”, declarou a empresa.

“Reforçamos que todo e qualquer tipo de opinião jamais pode ferir, ignorar ou questionar a existência de alguém ou de um grupo da sociedade. Diante de absurdos como esse, é preciso agir e, desta forma, solicitamos o encerramento formal e imediato de nossa relação contratual com os Estúdios Flow”, exigiu a Flash.

Conforme noticiado mais cedo pelo site da Aventuras na História, o apresentador Monark chamou atenção nas redes sociais após afirmar, em debate com os deputados Tabata Amaral e Kim Kataguiri, que “tinha que ter partido nazista reconhecido pela lei”.

O posicionamento do influenciador, então, foi criticado por diversas entidades, como o coletivo Judeus pela Democracia e o Instituto Brasil-Israel — ambos, assim como outras instituições, cobraram um posicionamento das marcas que patrocinam o podcast.

Respostas das empresas

A loja de roupas Insider Store, que também financia o programa online, emitiu um pronunciamento oficial após a polêmica. Em suas redes sociais, a empresa afirmou que aguarda uma retração tanto do Flow, quanto de Monark sobre as falas antissemitas.

“Obrigado pela mensagem e por se importar. Porque decidimos patrocinar o Flow? Nós acreditamos em apoiar um conteúdo de debates e discussões interessantes. Poderíamos muito bem patrocinar o Big Brother e ganhar muito dinheiro, mas acreditamos que as conversas do Flow e outros podcasts, como Ciência Sem Fim, são muito mais ricos em conteúdo, discussões e participantes”, afirmou a empresa, em nota.

Por exemplo, somos a Tabata, que é medalista de mais de 30 olimpíadas de ciências nacionais e internacionais. E acho que o papo com ela foi incrível”, continuou a Insider. “Acreditamos que os podcasts trazem discussões relevantes e fazem as pessoas pensarem com mais profundidade sobre uma série de assuntos.”

“Sobre a opinião do Monark: Não concordamos nem um pouco com a opinião. Principalmente no direito de existir um partido nazista. Ele leva o pensamento libertário ao extremo e isso não faz o menor sentido. Inclusive um dos fundadores da Insider é judeu. Estamos aguardando a retratação do Flow e Monark em relação a esse evento”, pontuou a empresa, por fim.

Monark se pronuncia 

Após a polêmica nas redes sociais, o apresentador se pronunciou a respeito do episódio. Em um vídeo, de quase nove minutos, ele expressa que é contrário ao nazismo e vê isto como uma posição ‘criminosa, hedionda, nojenta’.

“O nazismo é algo abominável, é um pensamento ridículo, é algo que qualquer pessoa que pense ou tenha essas ideias é uma retardada mental. Na minha opinião, ela é idiota, completa imbecil, é uma pessoa que tem ser educada para que deixe de pensar dessa forma. A gente não pode mais aceitar hoje na nossa sociedade esse tipo de pensamento, criminoso, hediondo, nojento”, afirmou.

Porém, Monark defende o que disse sobre a legalização de um partido nazista, dizendo que é a favor de sua própria versão da liberdade de expressão. Na sua visão, todos deveriam poder dizer o que quiserem, pois assim é mais fácil identificar quem é ‘idiota’.

“Minha ideia de liberdade de expressão é que o cara fale que ele é idiota para que a gente possa saber quem é idiota e possa educar essa pessoa, ou, se for possível, se afastar dessa pessoa. E, se ela estiver cometendo algum crime, punir. É muito mais fácil descobrir quem ela é se a gente deixa ela falar”, posicionou-se.

Além de desculpar-se e retratar-se, afirmando que “estava bêbado ”, o youtuber criticou a suposta ‘cultura do cancelamento’, colocando-se acima das críticas nas redes sociais pois o programa é, em suas palavras, um dos únicos na atualidade que abre conversas com todos dos diversos espectros políticos.

"Essa cultura de cancelamento está um pouco absurda. Eu simplesmente não consigo mais ter conversas no meu programa. Vocês têm que entender que estou lá há quatro horas conversando com pessoas sobre os assuntos mais delicados e complexos que a gente pode falar na nossa sociedade", refletiu.

Em outra parte do vídeo, o apresentador pediu desculpa diante da repercussão nas redes sociais. 

“Galera, eu queria fazer esse vídeo só para pedir desculpa mesmo porque eu errei, a verdade é essa. Eu tava muito bêbado e fui defender uma ideia que acontece em outros lugares no mundo, mas fui defender essa ideia de um jeito muito burro e tava bêbado. Eu falei de uma forma muito insensível com a comunidade judaica. Porra, eu peço perdão pela minha insensibilidade”, explicou Monark em vídeo divulgado nas redes sociais.

Monark continua e pede compreensão.

“Mas peço um pouco de compreensão. São quatro horas de conversa e eu estava um pouco bêbado. Fui insensível, sim, fui insensível e errei na forma como eu me expressei. Dá a entender que eu tô defendendo coisas abomináveis, é uma merda, errei pra caralho. Peço compreensão de vocês e peço desculpas a toda comunidade judaica. Não queria ser insensível e não foi a minha intenção. Convido os representares dessa comunidade para vir conversar comigo e explicar em sobre toda a história. Obrigado”, disse ele.