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Encontrada sepultura em massa com vítimas da ditadura de Francisco Franco

Todos tinham indício de tortura e execução sumária

Thiago Lincolins Publicado em 16/06/2017, às 13h46 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35

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O general fazendo uma saudação familiar - Getty Images
O general fazendo uma saudação familiar - Getty Images

Arqueólogos espanhóis encontraram esqueletos de dezenas de vítimas da ditadura franquista no cemitério de Guadalajara, em Castilla-La Mancha. Sob uma lápide, estava uma cova com 4 metros de profundidade, no qual 25 corpos foram empilhados um em cima dos outros. Todos tinham tiros na cabeça e indícios de torturas.

A descoberta foi feita por um time de pesquisadores da associação ARMH (Recuperação de Memória Histórica), num trabalho começado em 2016. Além dos esqueletos, foram também achados uma bala e restos de cartucho de uma arma, que foram usados durante a execução. De fato, foi graças a isso, com um detector de metais, que a sepultura foi achada.

A busca começou com a reabertura do caso do líder sindical Timoteo Mendieta, ex presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores). O caso foi reaberto na justiça a pedido de organizações de direitos humanos e de sua família, que passou 7 décadas tentando achar seus restos. Antes da identificação de Mendieta, a sepultura foi encontrada com um número similar de corpos.

Em 2016, um teste realizado nos restos enviados para um laboratório de Madri revelou que uma das vítimas batia com o DNA de sua filha."Eu só quero os ossos do meu pai. Eu quero poder enterrá-lo e quando eu morrer, ser enterrada ao lado dele", disse Ascensión Mendieta ao EuroneusMandieta foi fuzilado em 1939 após admitir apoio ao lado republicano. 

Um dos esqueletos encontrados / ARMH 

Em 2012 Pablo de Greiff, relator das Nações Unidas havia concluído que o estado Espanhol não reconhece as mortes que ocorreram durante a Guerra Civil e durante a ditadura, pois não existia dados oficiais sobre números de morte ou informações sobre as vítimas. Agora a realidade é outra. Mais de 116 mil corpos tiveram o mesmo destino de Timoteo.

O general Francisco Franco tentou um golpe de estado em 1936, após a derrota do grupo ultraconservador que o apoiavam nas eleições. Não conseguiram dominar o país todo e o que se seguiu foi uma brutal guerra civil, em que ele contou com o apoio da Alemanha nazista e Itália fascista. Com sua vitória em 1939, governaria até a morte, em 1975, num período de brutal repressão