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Notícias / Pandemia

"Enorme agressividade": pesquisador da USP revela ação perigosa do coronavírus no corpo humano

Descoberta é resultado de uma série de autópsias realizadas em vítimas do vírus

André Nogueira Publicado em 16/04/2020, às 14h06

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O coronavírus - Wikimedia Commons
O coronavírus - Wikimedia Commons

Autópsias realizadas por profissionais da USP, em vítimas da Covid-19, vêm auxiliando os acadêmicos a compreenderem os efeitos e as formas de ação da doença no corpo humano, possibilitando melhorias no tratamento das pessoas atingidas pelo vírus. Segundo o professor Paulo Saldiva, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, em entrevista à O Globo, o vírus age com “enorme agressividade” no corpo humano.

Os resultados dos novos exames foram apresentados em uma sessão virtual do encontro da Academia Nacional de Medicina, ao lado das pesquisadoras Marisa Dolhnikoff e Renata Monteiro.

Em sua fala, Saldiva afirmou que as autópsias estão sendo feitas por um método considerado minimamente invasivo, sem que as formas convencionais sejam utilizadas. Tomografias, ultrassons e microscopias geram imagens detalhadas do corpo para, depois, ser feita uma pulsão por agulha, e assim chegar ao estudo do tecido dos órgãos.

“Estudamos vários órgãos, como o pulmão, o fígado, os rins e o baço. Vimos uma agressividade impressionante do coronavírus. E sinais da resposta imunológica. Mas não sabemos como o coronavírus ilude a resposta imunológica. Queremos descobrir por que o coronavírus ataca com tanta avidez o sistema respiratório. Observamos que 80% das vítimas fatais sofreram microtrombos, principalmente nos pulmões”, afirmou.

Esquematização da estrutura do coronavírus / Crédito: Wikimedia Commons

“Já fizemos 15 autópsias, apresentamos os resultados de dez delas. Mas a nossa meta é chegar a cerca de 60. Com elas, queremos dar aos médicos uma chance de ver o que acontece dentro das células dos pacientes.”, colocou, afirmando que os procedimentos devem ser feitos visando resultados mais rápidos possíveis.  “Uma pessoa que passou 15 ou 20 dias internada e faleceu ficou 20 dias doente ou a infecção a afetou por muito mais tempo? Não sabemos.”