Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Mundo animal

Esquilos usam técnicas de ‘parkour’ e fazem cálculos complexos para saltarem, aponta estudo

Roedores decidem como saltarem com base em algumas peculiaridades do percurso

Fabio Previdelli Publicado em 09/08/2021, às 16h27

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Imagem ilustrativa - Pixabay
Imagem ilustrativa - Pixabay

Uma das características marcantes dos esquilos é que eles são capazes de darem saltos acrobáticos para se moverem de um lugar ao outro. Mas engana-se quem pensa que os pulos são feitos de maneira aleatória.  

Afinal, conforme aponta estudo publicado na Science Magazine, para tal proeza, os pequenos roedores fazem cálculos complexos em fração de segundos, o que lhes permitem ajustarem seus movimentos em pleno voo e evitar quedas fatais — técnicas parecidas com as do parkour.  

“Os esquilos têm uma combinação de características que os tornam muito interessantes: de um lado, sua natureza acrobática, biomecânica e músculos poderosos que usam para executar saltos que superam em várias vezes o seu tamanho”, relatou Nathaniel Hunt, principal autor da pesquisa, em entrevista à AFP. 

“De outro, suas capacidades cognitivas. Têm excelente memória, são criativos e bons em encontrar soluções”, completa. Com a pesquisa, os estudiosos esperam, um dia, conseguirem desenvolver robôs mais ágeis baseados nas ‘mecânicas’ dos roedores.  

Para chegarem a essa conclusão, os cientistas construíram pistas de obstáculos com uma série de saltos experimentais em um bosque de eucaliptos na Universidade da Califórnia, no campus de Berkley. 

Para atrair os esquilos, a equipe usou amendoins. Já para simular galhos de árvores, pedaços de madeira foram instalados, o que obrigou os animais a saltarem distâncias diferentes para conseguirem sua ‘recompensa’.  

Com isso, pôde-se determinar como os esquilos alteram seus saltos com base na curvatura de sua plataforma de lançamento e na distância que eles precisam percorrer.

Para se ter uma ideia, quando precisaram saltar de um galho mais frágil, eles iniciariam o salto mais cedo, mesmo que o destino fosse relativamente longo.  

Essa escolha, segundo a Science News, se deu, pois, a flexibilidade dos galhos acaba sendo seis vezes mais importante nas decisões do animal do que outros fatores, como a distância a superar.  

“Quando eles saltam por uma lacuna, eles decidem onde decolar com base em uma compensação entre a flexibilidade damaterial e o tamanho da lacuna que devem saltar”, explica Hunt.

“E quando encontram um galho com novas propriedades mecânicas, eles aprendem a ajustar sua mecânica de lançamento em apenas alguns saltos. Essa flexibilidade comportamental que se adapta à mecânica e à geometria das estruturas de salto e aterrissagem é importante para saltar com precisão através de uma lacuna para pousar em um alvo pequeno”. 

Já quando precisam executar saltos mais complexos, eles não vão diretamente em seu alvo e entram no que os pesquisadores apelidaram de “modo parkour”, onde os animais giram seus corpos no ar e saltam em paredes adjacentes — o que pode os ajudar a fugirem de predadores, como as aves de rapina.  

“É curioso publicar este estudo porque as pessoas observam com muita frequência esquilos em seus jardins”, diz Hunt, que informou que nenhum esquilo caiu durante o experimento. “Os esquilos estão acostumados a cometer erros (afinal, os saltos são decisões instantâneas), mas eles têm sucesso porque são especialistas em se corrigir na aterrissagem”.