Pesquisa internacional com participação da USP ampliou dados de genes sul-americanos que expõem o coronavírus para as células de defesa do corpo
Giovanna de Matteo Publicado em 24/09/2020, às 09h35
Na corrida para prevenção do novo coronavírus, cientistas do mundo todo pesquisam a presença dos genes HLA (sigla em inglês para antígeno leucocitário humano) que podem gerar resposta imune ao sars-CoV-2. As informações são do portal de notícias UOL.
Na América do Sul, o estudo está sendo realizado principalmente pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, que juntou informações genéticas da população sul-americana para descobrir as partes do vírus que têm mais chances de serem reconhecidos pelos genes HLA.
Segundo o geneticista e biotecnólogo Ruy Diego Chacón, participante do estudo, os genes HLA "permitem que células de defesa como os linfócitos T possam eliminar as células infectadas pelos patógenos como, por exemplo, o vírus da covid-19... Ao mesmo tempo, também acontece a ativação de outras importantes células de defesa, os linfócitos B, a produção de anticorpos capazes de neutralizar o vírus e ainda a geração da memória imunológica, que aumentaria a resposta imune frente a novas infecções pelo vírus."
O estudo pretende avançar e facilitar as criações de kits de diagnóstico sorológicos e vacinas específicas conforme os genes característicos da América do Sul. "Cada tipo de HLA apresenta afinidade por determinados epítopo [...] Desta forma, conhecer os alelos mais frequentes nas pessoas de uma região permite também predizer e conhecer quais seriam os melhores epítopos que poderiam gerar uma resposta imune mais eficiente nessas pessoas", afirmou Chacón.
Os resultados foram divulgados pela revista Frontiers in Immunology no artigo Identification of Novel Candidate Epitopes on SARS-CoV-2 Proteins for South America: A Review of HLA Frequencies by Country.
