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Notícias / Rússia

Panelas sujas de 16.000 anos revelam como os caçadores da Sibéria foram auxiliados pela cerâmica

Pesquisa revelou que o material chegava de diferentes partes da Ásia e evidencia o importância dos objetos no período

André Nogueira Publicado em 05/02/2020, às 07h00

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Homem pré-histórico - Getty Images
Homem pré-histórico - Getty Images

Um novo estudo de panelas neolíticas encontradas na Rússia revelou informações importantes sobre a vida dos siberianos da Era do Gelo. A principal delas é o entendimento de que os antigos caçadores produziram panelas resistentes ao calor para que pudessem fazer refeições quentes e sobreviver às ondas do frio glacial.

A pesquisa realizada por cientistas da Universidade de York, da Inglaterra, indica que a cerâmica usada para a produção dos vasilhames não tem uma única origem. Ao mesmo tempo, foi possível analisar o conteúdo interno desses objetos, revelando uma série de lipídios e gorduras preservados há pelo menos 16.000 anos. Um exemplar da cultura Osipovka, por exemplo, possui indícios de processamento de peixes (provavelmente salmão).

Cerâmicas analisadas, vindas da região siberiana do Rio Amur, Rússia / Crédito: Yanshina Oksana/Academia Russa de Ciências

"É interessante saber que a cerâmica surgiu durante esses períodos muito frios, e não entre os relativamente mais quentes, quando os recursos florestais, como caça e nozes, estavam mais disponíveis”, explica Oliver Craig, diretor da universidade, em artigo publicado na Quaternary Science Reviews.

A Dra. Shinya Shoda, autora principal da pesquisa, ainda afirma que os diversos módulos de produção das cerâmicas indicam processos paralelos de invenção desse tipo de objeto. Ela explana que “a cerâmica mais antiga do mundo foi inventada em diferentes partes do nordeste da Ásia no período glacial tardio”, possuindo “alguns paralelos marcantes com a maneira como a cerâmica antiga foi usada no Japão”.