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Notícias / Arqueologia

Estudo relaciona adulteração da moeda romana com crise financeira

Em 86 a.C, a estabilidade de Roma teria sido desafiada

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 07/04/2022, às 16h11

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Fotografia de uma das moedas analisadas pelo estudo - Divulgação/ University of Warwick
Fotografia de uma das moedas analisadas pelo estudo - Divulgação/ University of Warwick

Um grupo de especialistas britânicos analisou uma curiosa mudança ocorrida com os denários, que é o nome das moedas de prata romanas, durante um período de cinco anos. 

Os denários, que eram feitos com prata pura antes de 90 a.C., passaram por uma desvalorização, começando a ser cunhados com cobre misturado — um sinal de declínio econômico. 

O denário caiu primeiro para menos de 95% [de prata] e depois caiu novamente para 90%, com algumas moedas chegando a 86%, sugerindo uma grave crise monetária", afirmou Matthew Ponting, pesquisador que esteve envolvido no estudo, conforme repercutido pelo Phys.org. 

Essa perda de qualidade não teria passado despercebida pelos romanos, uma vez que existem documentos históricos desse período que descrevem métodos para determinar se um denário era puro ou não. O acréscimo do cobre deixava os objetos ligeiramente mais pesados, por exemplo. 

"Os romanos estavam acostumados a uma moeda de prata extremamente fina, então eles podem ter perdido a confiança no denário quando deixou de ser puro. O nível preciso de degradação pode ter sido menos importante para os contemporâneos do que a mera constatação de que a moeda foi adulterada e não mais verdadeiramente de prata", explicou Ponting

A presença de uma crise monetária afetando a civilização romana deste período foi mencionada pelo filósofo e estadista Marco Túlio Cícero em um de seus textos.

A escrita da figura histórica, contudo, é extremamente vaga, tornando difícil sua interpretação posterior. Essa pesquisa, por sua vez, ajuda a esclarecer o que teria realmente acontecido.