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Notícias / Pré-História

Estudo revela variações regionais na alimentação de caçadores-coletores do Báltico

Segundo essa importante pesquisa, hábitos alimentares têm mais ligação com a cultura do que com a disponibilidade natural dos recursos

André Nogueira Publicado em 22/04/2020, às 07h00 - Atualizado às 07h36

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Pré-História - Getty Images
Pré-História - Getty Images

Segundo uma nova análise das cerâmicas antigas do Báltico, provou-se que os caçadores-coletores que viveram há sete mil anos atrás tinham hábitos culinários distintos do usual e entre si. Com alta variedade entre os 500 artefatos de 61 sítios diferentes, a alimentação ia de animais como javalis, ursos e veados até focas, castores, peixes de rio e de mar e, em alguns casos, avelãs.

Essa nova revelação dá luz a uma concepção antropológica que afirma que os hábitos alimentares antigos não eram comandados pela simples disponibilidade de recursos, mas já era ditada pela cultura e por influências tradicionais. "Nosso estudo analisou como essa cerâmica era usada e encontrou evidências de uma rica variedade de alimentos e tradições culinárias em diferentes grupos de caçadores-coletores", afirma Harry Robson, da Universidade de York, ao Heritage Daily.

Cerâmica antiga / Crédito: Universidade de York

 “As pessoas geralmente ficam surpresas ao saber que os caçadores-coletores usavam cerâmica para armazenar, processar e cozinhar alimentos, como parecem pesados ​​vasos de cerâmica, inconsistente com um estilo de vida nômade”, ainda afirmou. "Nosso estudo sugere que as práticas culinárias não foram influenciadas por restrições ambientais, mas provavelmente foram incorporadas em algumas tradições culinárias e hábitos culturais de longa data”, completou Blandine Courel, do Museu Britânico.

A pesquisa influencia os trabalhos sobre a pré-história eurasiática a medida que comprova padrões sub-regionais nos hábitos alimentares, abrindo espaço para uma compreensão do cotidiano local dos homens antigos através de uma análise química. O trabalho foi publicado na revista Royal Society Open Science, e só foi possível por incentivo financeiro do Conselho Europeu para Pesquisas, em associação com o Museu Britânico.