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Notícias / Pinguim

Kumimanu fordycei, o pinguim de 150 quilos que habitou a Nova Zelândia

Espécie recém-descoberta viveu há mais de 50 milhões de anos — e teria sido a maior a habitar a Terra

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 09/02/2023, às 22h00

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Ilustração da espécie gigante Kumimanu fordycei junto a pinguins Petradyptes stonehousei - Divulgação / Bruce Museum
Ilustração da espécie gigante Kumimanu fordycei junto a pinguins Petradyptes stonehousei - Divulgação / Bruce Museum

Um grupo de cientistas encontrou recentemente na Nova Zelândia o fóssil do maior pinguim que já habitou a Terra: uma espécie recém-descoberta que pesava incríveis 150 quilos, conforme repercutido pelo portal Live Science. O animal, que recebeu o nome de Kumimanu fordycei, viveu há mais de 50 milhões de anos.

Os restos fossilizados foram encontrados em uma praia de North Otago, na Ilha Sul da Nova Zelândia, em meio a rochas que datam de um período entre 59,5 milhões e 55,5 milhões de anos atrás. A novidade foi comunicada em um estudo publicado ontem, 8 de fevereiro, no Journal of Paleontology.

Mais de uma espécie

Junto ao fóssil do pinguim gigante, os pesquisadores encontraram também os restos de uma segunda espécie, que recebeu o nome de Petradyptes stonehousei. Com base no tamanho e na densidade dos ossos, eles estimaram o peso de ambas as espécies.

De acordo com a pesquisa, o P. stonehousei pesava cerca de 50 quilos, sendo um pouco maior que os pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri), a maior espécie existente nos dias de hoje. Já o K. fordeycei era imenso, e pesava três vezes mais. Infelizmente, como o esqueleto da espécie não estava completo, os cientistas não foram capazes de estimar o comprimento de seu corpo.

Pinguins-imperadores / Crédito: Imagem de Siggy Nowak por Pixabay

O maior pinguim conhecido

"De acordo com nossas análises, o K. fordycei é o maior pinguim atualmente conhecido", declarou à fonte o principal autor do estudo, Daniel Ksepka, quem é paleontólogo e curador do Museu Bruce, em Greenwich. 

De acordo com o paleontólogo, as duas espécies descobertas recentemente podem auxiliar os pesquisadores no entendimento da evolução do grupo ao longo do tempo.

Segundo ele, os ossos das nadadeiras da espécie gigante são primitivos e, "de muitas maneiras, se assemelham aos de pássaros que podem voar pelo ar e se impulsionar debaixo d'água com suas asas, como auks e papagaios-do-mar."

Como explicou o portal Live Science, os pinguins provavelmente perderam a capacidade de voar para que fossem bons nadadores, há cerca de 60 milhões de anos.

Vantagens do tamanho grande

De acordo com o curador do museu, o enorme tamanho do K. fordycei indica que o gigantismo evoluiu no início da linhagem dos pinguins.

Daniel Ksepka ao lado de representação do pinguim gigante em tamanho real aproximado / Crédito: Divulgação / Bruce Museum
Isso mostra que as vantagens do tamanho grande, como a termorregulação e o mergulho mais eficientes, provavelmente exerceram uma pressão seletiva muito forte sobre os pinguins logo depois que eles perderam o voo", explica o paleontólogo.

Ele também apontou que as condições ambientais da antiga Nova Zelândia foram fundamentais para o sucesso dos pinguins gigantes

Há boas áreas de alimentação ao largo para aves marinhas, e não havia mamíferos terrestres além de morcegos na Nova Zelândia antes da chegada dos seres humanos, o que contribui para áreas de nidificação mais seguras", apontou.

Desaparecimento dos pinguins gigantes

Os pinguins gigantes desapareceram há cerca de 27 milhões de anos, de acordo com a Australian Geographic. O que os paleontólogos agora buscam entender é o que teria causado o desaperecimento das espécies maiores. 

Como destaca Ksepka, apesar da descoberta impressionante, é possível que os pesquisadores encontrem espécies de pinguins ainda maiores.

O tamanho de K. fordcyei não significa necessariamente que não havia uma espécie ainda maior que ainda está para ser descoberta", apontou.

+Confira aqui o estudo completo.