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Notícias / Arqueologia

Fóssil humano mais antigo da África Oriental é ainda mais velho

Um estudo publicado na revista Nature revelou que os restos de Homo sapiens são ainda anteriores ao que se imaginava

Isabela Barreiros Publicado em 13/01/2022, às 14h44

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Reprodução do crânio do Omo I - GuillaumeG via Wikimedia Commons
Reprodução do crânio do Omo I - GuillaumeG via Wikimedia Commons

Pesquisadores descobriram que os fósseis batizados de “Omo I”, conhecidos por serem os mais antigos já encontrados no leste africano, possuem uma datação ainda anterior ao que se pensava.

Em vez de menos de 200 mil anos, como estudos anteriores apontavam, a nova investigação, cujas conclusões foram publicadas na revista científica Nature na última quarta-feira, 12, sugere que eles tenham pelo menos 230 mil anos.

Os restos de Homo sapiens foram revelados nos anos 1960 na Formação Omo Kibish, na região etíope do Vale do Rift. Na região que conta com intensa atividade vulcânica, foram encontrados diversos artefatos antigos e uma série de vestígios humanos.

“Os fósseis foram encontrados abaixo de uma espessa camada de cinza vulcânica que ninguém conseguiu datar com técnicas radiométricas, já que a cinza é muito fina", explicou Céline Vidal, especialista da Universidade de Cambridge e principal autora da pesquisa.

Os fósseis conhecidos como Omo I foram encontrados abaixo de camadas de cinzas, sendo preservadas por sedimentos vulcânicos. A partir disso, os pesquisadores começaram a datar as principais erupções que aconteceram durante o Pleistoceno Médio.

Eles trituraram amostras de pedra-pomes dos depósitos vulcânicos em que estavam os vestígios dos antigos humanos para conseguirem datá-los. Foi o que explicou Vidal, conforme a Nature.

Depois de esmagar a rocha, você libera os minerais de dentro e pode datá-los, identificando a assinatura química do vidro vulcânico que mantém os minerais juntos".

A partir disso, foi possível datar as amostras de cinzas vulcânicas do sítio Kamoya Homini (KHS) com cerca de 230 mil anos e, como os restos do Omo I estavam abaixo desse material, também deve ter, no mínimo, essa idade.

Quando recebi os resultados e descobri que o Homo sapiens mais antigo da região era mais velho do que se supunha anteriormente, fiquei muito empolgada”, contou Vidal.