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Notícias / Ciências

Ousados, tímidos ou indiferentes: Golfinhos têm personalidades diferentes entre si, aponta estudo

Pesquisa mostra que os animais possuem grupos sociais incrivelmente complexos e, de certa forma, semelhante com os nossos

Fabio Previdelli Publicado em 17/04/2020, às 08h00

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Imagem ilustrativa de um golfinho - Getty Images
Imagem ilustrativa de um golfinho - Getty Images

Por meio de pesquisa de identificação por foto, o ecologista Bruno Díaz López estudou 24 golfinhos entre 2004 e 2011. Os animais foram submetidos a cenários incomuns, como um mergulhador ou algum objeto com um barulho estridente. Assim, López descobriu que cada um deles teve uma reação consistente ao longo do tempo.

Enquanto alguns golfinhos-nariz-de-garrafa, do Golfo de Aranci, na Itália, eram mais ousados e rápidos ao abordar a pessoa ou o barulho, outro grupo se demonstrava mais tímido, dando ao intruso ameaçador mais espaço. Havia também aqueles mais indiferentes, que não pendiam para nenhum dos dois lados.

“Sabíamos que os golfinhos têm essas personalidades em estudos em cativeiro, mas não em suas vidas normais”, disse Díaz López. "Agora, sabemos que os golfinhos selvagens têm personalidades e que são importantes em seu sistema social — assim como no nosso”.

A nova pesquisa, publicada na revista científica Animal Behavior, adiciona um corpo crescente de conhecimentos sobre o comportamento dos golfinhos. Os cetáceos vivem em grupos sociais que variam em tamanho e frequentemente mudam com o tempo, à medida que os animais saem ou se juntam a eles.

A pesquisa mostrou que os grupos sociais dos golfinhos são incrivelmente complexos e, de certa forma, semelhantes aos nossos. No início deste mês, um estudo mostrou que pares de machos viajam juntos e cantam em sincronia para atrair parceiros. Outro estudo forneceu evidências de que os golfinhos se chamam pelo nome e lamentam quando alguém do bando morre.

O novo estudo da personalidade dos golfinhos examina cada animal individualmente para entender como sua personalidade afeta a dinâmica do grupo. Díaz López também estudou a relação dos animais entre o bando e descobriu que machos e fêmeas eram atrevidos e tímidos em quantidades semelhantes.

Os mais arrojados mostram preferência por certos companheiros mais semelhantes e, segundo o pesquisador, eles podem até compartilhar informações no grupo. "O estudo deve ser aplaudido por demonstrar esses vínculos esperados na vida real, onde obter os dados é super desafiador", declarou Orr Spiegel, ecologista comportamental da Universidade de Tel Aviv.