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Notícias / Chile

Governo chileno corre para mudar lei que marginalizava migrantes

Após acidente envolvendo venezuelanos que tentavam entrar no país, Sebastián Piñera corre para facilitar a entrada de migrantes no país

Fabio Previdelli Publicado em 10/02/2022, às 15h02

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Migrantes contra leis chilenas - Divulgação/Twitter/Prensa Latina
Migrantes contra leis chilenas - Divulgação/Twitter/Prensa Latina

Na última terça-feira, 8, migrantes venezuelanos que tentavam entrar ilegalmente no Chile, através da rota CH 15, pela cidade de Iquique, no norte do país, ficaram feridos após o caminhão que os transportava se acidentar. 

O motorista, que estava embriagado, perdeu o controle do veículo e se chocou após tentar fazer uma ultrapassagem. O grupo de venezuelanos viajava escondido entre a cabine e o contêiner do veículo. Dois deles se feriram gravemente e os outros dois tiveram apenas escoriações. 

Para impedir que mais casos assim aconteçam, segundo relata matéria da RFI, o presidente chileno Sebastián Piñera tenta, o mais rápido possível, aprovar o texto de regulamentação da nova Lei de Migração. 

Embora a lei já tenha sido promulgada em abril de 2021, ela ainda não entrou em vigor. Com isso, na última sexta-feira, 4, Piñera reenviou uma versão corrigida do texto do regulamento à Controladoria Geral da República. 

Caso seja aprovado, a Lei de Migração permitirá que, entre outros pontos, entrar no país sem a documentação adequada não será considerado um delito. De acordo com a RFI, dados da polícia chilena apontam que, nos sete primeiros meses de 2021, 17.914 migrações irregulares foram registradas no país, em termos de comparação, o ano de 2020 teve, ao todo, 12.935 casos, o que representa um aumento de 38%.

De acordo com a socióloga Marília Emilia Tijoux, coordenadora da Cátedra de Racismo e Migrações Contemporâneas da Universidade do Chile, a situação vivida no país pode ser definida como “uma crise das políticas migratórias”.

“Deve-se considerar que as crises das políticas migratórias, como no caso do Chile, estão forjadas há muito tempo. A política de 'arrumar a casa' com que o atual governo realizou sua campanha e que tem aplicado em todo o seu mandato envolveu não apenas expulsões, mas também um trabalho político e midiático contra as comunidades migrantes da região. Sem dúvida, a condição migratória [o fato de ser migrante] construiu na sociedade chilena um senso comum negativo mediado pelo racismo e pela xenofobia", explicou.