Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Ditadura Militar

Gylmar dos Santos é acusado de ter sido despachante do DOI-CODI

Um ex-preso da ditadura militar afirmou que o ex-goleiro bicampeão mundial pela Seleção Brasileira teria colaborado para o regime autoritário no país

Isabela Barreiros Publicado em 16/02/2022, às 14h21 - Atualizado às 14h35

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Gylmar dos Santos, Vicente Feola e Belini segurando a taça na Copa do Mundo de 1958 - Arquivo Nacional, Domínio público via Wikimedia Commons
Gylmar dos Santos, Vicente Feola e Belini segurando a taça na Copa do Mundo de 1958 - Arquivo Nacional, Domínio público via Wikimedia Commons

Um dos mais importantes goleiros da história do Brasil, Gylmar dos Santos, foi acusado de ter tido participação na ditadura militar no país, cujo regime autoritário perdurou entre 1964 e 1985.

Em entrevista ao UOL, o geólogo Adriano Diogo, de 72 anos, afirmou que o jogador, que foi bicampeão mundial pela Seleção Brasileira, foi despachante do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna).

Diogo passou três meses preso pela ditadura militar em 1973 e contou ter visto o goleiro, falecido em 2013, nos corredores da delegacia em que ficou detido na época. Segundo ele, Gylmar atuava em uma cadeia no Ibirapuera, por meio da OBAN, responsável por torturas e assassinatos de opositores ao regime.

“Ele andava pelos andares da delegacia onde se torturavam e matavam presos. Ao ficar tanto tempo preso no mesmo lugar você cria proximidade com os carcereiros e eu vi o Gylmar nos corredores da delegacia muitas vezes. E perguntei: ‘Mas aquele não é o ex-goleiro Gylmar?”, relatou Adriano.

Ainda de acordo com o geólogo, o atleta também participava da venda de carros apreendidos para delegados e militares. Durante a prática, não havia cobrança de impostos em decorrência de uma autorização especial do governo dos militares.

Gylmar se tornou um ícone em quadra e fez história na Seleção Brasileira, ganhando a Copa do Mundo de 1958 e 1962. Também atuou pelo Corinthians e pelo Santos, por quem conquistou mais de 15 títulos, incluindo Campeonato Brasileiro, Libertadores da América e Mundial de Clubes.