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Notícias / Brasil

Há 400 dias internada após Covid: Família planeja retorno de cantora

Eva Rodrigues deu entrada no hospital em 3 de janeiro de 2021; 13 meses depois, ela deu um passo importante para receber alta

Fabio Previdelli Publicado em 07/02/2022, às 15h41

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A cantora Eva Rodrigues - Divulgação/Instagram/evarodriguesmusic
A cantora Eva Rodrigues - Divulgação/Instagram/evarodriguesmusic

No dia 3 de janeiro de 2021, a cantora Eva Rodrigues, de 40 anos, foi internada em um hospital no Amazonas por complicações causadas pela Covid-19. Àquela época, o estado vivia uma crise em virtude da falta de oxigênio.

Logo no seu primeiro dia de internação, Eva, que estava grávida, precisou passar por uma cesária de emergência. Ethan vinha ao mundo com 38 semanas de gestação. Entretanto, por conta do quadro da mãe, o bebê não pôde estar ao seu lado, nem mesmo durante a amamentação que não foi feita com o leite materno. 

400 dias depois, Eva está perto de receber alta. Por 13 meses, sua residência passou a ser o Hospital Samel, em Manaus. Conforme aponta matéria da Folha, durante esse período, a mulher passou por 16 dias de intubação, além de sofrer uma série de complicações que resultaram em uma traqueostomia. 

Rodrigues também sofreu duas paradas cardíacas e teve que ter 20% de seus pulmões retirados. Ethan passou todo o período sem ter contato com a progenitora. Após o parto, o bebê, agora com pouco mais de um ano de vida, foi levado à maternidade pública Ana Braga, onde foi acompanhado de perto pelo pai Sol Petrus Praia, de 24 anos. 

Não imaginávamos que a internação fosse durar tanto tempo. Até mesmo porque, naquele período, ou os pacientes se curavam ou logo morriam", recorda Sol à Folha. 

"Nem em meus piores pesadelos imaginava passar pelo que passei e ainda passo. Nós tínhamos uma rotina, fazíamos tudo juntos e assim eu queria permanecer para sempre. Mas aí aconteceu essa tragédia em nossas vidas. É muito doloroso ver meu filho se desenvolvendo sem a presença da mãe", continua. 

Apesar de Ethan ser o terceiro filho de Eva, a paternidade ainda é novidade para Petrus que, durante todo esse período, teve que dividir seu tempo entre os cuidados do filho, sua faculdade de engenharia elétrica, seu trabalho como professor de violão em uma igreja evangélica e um estágio numa fábrica do Polo Industrial de Manaus. 

"Eva é mãezona, já tinha um casal de filhos, o Noah e a Yvilah. No início não foi fácil, passamos por dificuldades e enfrentamos preconceitos pela diferença de idade e por ela já ter dois filhos. Mas nós nos casamos, fomos morar todos juntos e planejamos o Ethan", explica. 

Mesmo com a distância, Sol faz questão de que o filho tenha ‘contato’ com a mãe o máximo que pode. No quarto da criança, fotos do casal estão presentes nas prateleiras. Ele conta que não deixa de mostrar um dia se quer os registros da mãe ao pequeno. "Eu mostro as fotos e ele já aprendeu a falar ‘mamãe’. Ele não deve entender o que ela representa para ele, mas ele sabe que ela é a mãe dele".

A situação da família começou a dar sinais de prosperidade no fim do ano passado, quando Petrus se formou e foi efetivado pela empresa. Com a ajuda de uma vaquinha feita por amigos, ele fez uma reforma em sua residência para poder receber a mulher com todo o conforto que ela necessita. 

O primeiro passo para o retorno de Eva para casa aconteceu na última quarta-feira, 2, quando ela deixou a UTI e foi transferida para um apartamento no hospital, no que os profissionais médicos chamam de “período de adaptação”. A expectativa é que ela tenha alta ainda neste mês. 

Ela está consciente. Ela chora quando o marido precisa ir embora. Vira o rosto para não o ver saindo. Acreditamos que voltando a ter convivência com a família, o que for possível de ser recuperado na saúde dela será de maneira mais fácil e acelerada, pois é uma paciente jovem”, diz a coordenadora da UTI do Hospital Samel, Dirce Costa.

"Hoje, Eva não tem mais infecção, ficou com sequelas pulmonares e neurológicas, mas está pronta para ir para casa", diz a coordenadora, que atribui a resistência de Eva à persistência e o amor que a família demonstrou durante todo o período. 

"Eles querem ela de qualquer jeito. Nossa UTI é humanizada e não teve um dia que eles não estivessem com ela. Nunca desistiram. Mesmo quando nós, médicos, dávamos os boletins negativos, eles não perdiam a fé e nem a esperança. Agora chegou o momento de Eva ir para casa”, celebra.