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Notícias / Era Vitoriana

Dinheiro, ansiedade e masculinidade: cartas da Era Vitoriana revelam as angústias de jovens da época

Mais de 700 textos escritos por meninos entre os séculos 18 e 19 foram analisados e demonstram como eles se relacionavam com seus sentimentos

Pamela Malva Publicado em 05/02/2020, às 08h00

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Pintura de jovens da Era Vitoriana conversando com senhor em trem - Wikimedia Commons
Pintura de jovens da Era Vitoriana conversando com senhor em trem - Wikimedia Commons

Conhecidas hoje como as doenças do século, a ansiedade e a depressão eram grandes preocupações nas eras Georgiana e Vitoriana. Segundo historiadores, essas eram, inclusive, algumas das aflições dos jovens ricos entre os séculos 18 e 19.

Acadêmicos britânicos analisaram 734 cartas escritas por filhos da nobreza para entender seus sentimentos e suas angústias adolescentes. A partir dos documentos, os estudiosos identificaram que tais jovens sofriam de ansiedade e medo de perder sua masculinidade.

Eles também pensavam em estabelecer carreiras de sucesso, ganhar dinheiro e em como lidar com suas emoções. Segundo o estudo, os meninos mais novos das famílias falavam sobre estarem se sentindo constantemente desanimados, miseráveis, desonrados e em sofrimento.

Nas cartas, os garotos também se comparavam com seus irmãos mais velhos, citando como eles tinham vidas mais fáceis que as suas. Assim, os jovens sempre desempenhavam demonstrações dramáticas de ansiedade, em busca de ajuda e atenção.

Pintura de jovens da Era Vitoriana se divertindo em campo / Crédito: Wikimedia Commons

"[Eles] foram abertos sobre seus sentimentos, a fim de lidar com essas emoções e estabelecer-se como homens no mundo", explicou Henry French, professor da Universidade de Exeter e líder do estudo.

Nesse sentido, a preocupação com a masculinidade muitas vezes se fazia presente nas cartas. Para os meninos daquela época, sua identidade, independência e reputação estavam sempre fora de alcance, colocando a tal masculinidade em risco constante.

Ainda assim, segundo os estudiosos, é complicado supor que os sentimentos nas cartas eram completamente reais. Isso porque, por mais que se sentissem angustiados, os jovens continuavam desfrutando dos hábitos e do estilo de vida cheio de regalias de uma família nobre.