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Notícias / Ucrânia

Jovem ucraniano capturado por exército russo descreve torturas

"Eu podia ouvir as pessoas gritando", contou em uma entrevista

Redação Publicado em 19/07/2022, às 13h52

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Fotografia do adolescente com seu pai - Reprodução
Fotografia do adolescente com seu pai - Reprodução

Vladislav Buryak, que tem apenas 16 anos, é um entre centenas de reféns ucranianos que foram mantidos pelo exército russo. No caso do adolescente, ele foi capturado enquanto se locomovia entre uma e outra cidade da Ucrânia.

Em entrevista ao veículo britânico The Guardian, o rapaz relatou as experiências perturbadoras que viveu durante seu cativeiro, iniciado após um grupo de militares russos descobrir que Vladislav era filho de um oficial ucraniano de alta patente, o que o tornava um refém valioso. 

Eles me fizeram lavar o chão da sala que usavam para interrogatórios, limpar as salas dos oficiais e jogar o lixo fora. A cela onde me mantinham ficava a poucos metros de onde faziam os interrogatórios. Eu podia ouvir as pessoas gritando, e quando limpei o quarto pude ver manchas de sangue", contou o adolescente ao jornal. 

O ucraniano permaneceu cerca de 90 dias em captura, com a maior parte desses tendo sido passados na cela descrita por ele. Já no seu último mês como prisioneiro das Forças Armadas da Rússia, foi mantido em um quarto de hotel. 

As pessoas estavam sendo espancadas e torturadas com choques elétricos. Se alguém não dissesse algo, a tortura continuaria, às vezes por várias horas (...) Eu vi pessoas depois também, e seus rostos estavam machucados. Eu estava realmente com medo de que eles me batessem também, então tentei me manter sem emoção", relatou Vladislav ainda. 

Um preso por outro 

O rapaz de 16 anos apenas foi libertado mediante as condições de seus captores, que solicitavam a troca do jovem por um prisioneiro russo de relevância que estava em poder do exército ucraniano. 

Também em conversa com o The Guardian, o pai do adolescente explicou como foi a situação pelo seu lado: 

Eu não podia discutir com eles e dizer: ele é uma criança! Não havia espaço para debate. Em 4 de julho, eles deixaram claro que ele poderia ser solto se esse indivíduo fosse solto. Em todos os 90 dias, só consegui falar com Vladislav seis vezes e, mesmo assim, sabíamos que os russos estavam ouvindo", relembrou.