Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Brasil

Juíza de caso de menina de 11 anos estuprada nega ser "contra o aborto"

Joana Ribeiro Zimmer acrescentou que corre "risco de vida" após ter dados expostos

Wallacy Ferrari Publicado em 22/06/2022, às 18h07

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A Joana Ribeiro Zimmer em entrevista coletiva - Solon Soares/Assembleia Legislativa de Santa Catarina
A Joana Ribeiro Zimmer em entrevista coletiva - Solon Soares/Assembleia Legislativa de Santa Catarina

A juíza Joana Ribeiro Zimmer, protagonista do polêmico caso da garota de 11 anos impedida de realizar um aborto legal, manifestou seu lado da história em entrevista ao Diário Catarinense, esclarecendo que não é contra a prática do aborto, mas faz questão de respeitar orientações ligadas a órgãos de saúde nacionais e internacionais.

"A palavra aborto tem um conceito e esse conceito é de até 22 semanas. Esse conceito é da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Ministério da Saúde. Isso não quer dizer que eu sou contra o aborto, só que o aborto passou do prazo”, justificou.

De acordo com ela, a divulgação do caso interfere no sigilo do processo, mesmo que ela não esteja mais o conduzindo. Joana ainda afirmou que faz questão de preservar a identidade da garota, mesmo em meio a ameaças, acrescentando que quer evitar gastos adicionais ao tribunal para promover sua segurança, como disponibilizar seguranças particulares.

Tem outra questão que é a segurança institucional de que os meus dados já foram quebrados e eu já corro risco de vida. Então, tem mais uma responsabilidade de não gerar um custo para o tribunal de ter que colocar seguranças, tem mais isso. Não posso sair falando por aí e o tribunal ter de ficar sustentando guarda-costas”, acrescentou.

Sobre o caso

A menina descobriu a gestação ainda aos 10 anos de idade, na época com 22 semanas e dois dias. A vítima e a mãe foram então ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, ligado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para realizar o aborto, que foi negado pois o procedimento só era permitido até a 20ª semana da gestação.

Por isso, a família foi atrás de uma autorização judicial para a realização do procedimento, o que resultou, por fim, na tentativa da juíza Joana Ribeiro Zimmer de tentar convencer a menina a dar continuidade à gestação. 

Durante a audiência com a vítima, a juíza fez várias perguntas relacionadas à gravidez e sobre como a menina se sentia. Também questionou se ela teria interesse em ter e cuidar do bebê e se conseguiria suportar a gravidez por mais pouco tempo, para que fosse finalizada e o bebê encaminhado para adoção, mesmo que ela tivesse expressado desejo em realizar o aborto.