Rahimulá Haqqani criticava o Estado Islâmico com frequência, mas não era do governo
Redação Publicado em 11/08/2022, às 19h26
Nesta quinta-feira, 11, um alto dignitário talibã, que era conhecido por suas críticas ao grupo jhadista Estado Islâmico (EI), morreu junto com seu irmão em um ataque suicida reivindicado pelo EI, em Cabul.
Rahimulá Haqqani já tinha escapado duas vezes de tentativas de assassinato, incluindo uma delas que aconteceu no Paquistão, em outubro de 2020. Para a AFP, via Uol, Khalid Zadran, porta-voz da polícia de Cabul contou:
A 'madrasa' [faculdade muçulmana] do xeque Rahimula foi alvo de um atentado e ele e seu irmão caíram como mártires”.
Mais 3 pessoas ficaram feridas na explosão. Bilal Karimi, porta-voz do governo afegão, confirmou a morte do líder talibã "em um atentado realizado por um inimigo covarde".
Em um comunicado citado pelo SITE Intelligence Group, que é especializada no monitoramento dos sites de grupos islâmicos, o EI reivindicou o ataque. O comunicado informava que o homem-bomba "conseguiu penetrar no escritório de um dos mais eminentes defensores dos talibãs e um dos principais instigadores da luta" contra o EI, ativando "seu colete explosivo”.
Haqqani criticava com veemência o EI, mas não ocupava nenhum cargo no governo talibã. Nos últimos meses, se pronunciou sobre o direito das meninas afegãs de irem à escola, sendo contra tal proibição.
Em maio, durante uma entrevista para a BBC, ele disse: "Não há justificativa na lei Sharia para dizer que a educação de meninas não está autorizada. Absolutamente nenhuma justificativa".
