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Notícias / Reino Animal

Mesma música é cantada há um milhão de anos por pássaros-do-sol

As espécies de ave conservam o canto há muito tempo, em uma descoberta descrita por pesquisadores americanos recentemente

Isabela Barreiros Publicado em 17/01/2022, às 10h46

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Pássaro-do-sol, espécie investigada no estudo - jeanvdmeulen via Wikimedia Commons
Pássaro-do-sol, espécie investigada no estudo - jeanvdmeulen via Wikimedia Commons

O canto dos pássaros é passado de geração em geração, enquanto os mais novos aprendem com os mais velhos. Embora os cientistas já soubessem disso, o que eles não tinham ideia é que era possível que as aves conservassem a exata música por muito tempo.

Pesquisadores das universidades da Califórnia e do Missouri, ambas nos Estados Unidos, descobriram que as espécies conhecidas como “pássaros-do-sol” mantêm o mesmo canto há provavelmente um milhão de anos, sem nenhuma variação.

A melodia vem dos ancestrais desses animais, que vivem na África Oriental e, também diferente do que se pensava, dividem-se em cerca de cinco ou seis espécies, contrariando teses anteriores de que ela sofreria alterações com o tempo, assim como a linguagem humana.

Segundo o biólogo Rauri Bowie, professor na Universidade da Califórnia e principal autor da pesquisa, a principal teoria é a de que as espécies estão sujeitas a mudanças, — tanto em questão de aparência quanto comportamental, incluindo o canto, — quando vivem em ambientes que sofrem mais alterações climáticas ou geológicas.

A partir de uma viagem de Bowie em regiões africanas e gravações de 123 cantos de pássaros-do-sol das áreas, foi possível perceber que as canções não mudaram. No local, as aves têm pouco contato com outras espécies e sempre observam a mesma paisagem.

“A música é considerada uma das barreiras de isolamento pré-acasalamento mais importantes, uma das principais maneiras pelas quais os pássaros se diferenciam”, explicou o pesquisador em nota, como repercutiu a revista Galileu.

"Que uma característica aprendida possa permanecer estática por centenas a milhares de anos é simplesmente notável, uma descoberta que reflete o quanto o estudo de campo de sistemas tropicais tem a oferecer à comunidade científica e ao observador curioso”, ressaltou.