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Meteoro que caiu no Saara é mais antigo do que a Terra, aponta estudo

Segundo artigo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, o Erg Cech 002 teria se formado a 4,6 bilhões de anos

Fabio Previdelli Publicado em 11/03/2021, às 10h42

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O meteoro EC 002 - Divulgação
O meteoro EC 002 - Divulgação

Em maio de 2020, um meteoro mais velho que a Terra caiu no Deserto do Saara, na região da Argélia. Agora, um estudo divulgado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) revelou mais detalhes do item. As informações foram repercutidas pelo portal de notícias UOL.

Sabe-se que o magma teria se formado há 4,6 bilhões de anos, o que seria 20 milhões de anos antes da Terra. A idade da rocha foi determinada através da análise de isótopos de magnésio e alumínio.  

O meteoro pesa por volta de 32 quilos e recebeu o nome de Erg Cech 002 — também sendo chamado de Erg Cech 2020 ou apenas EC 002.O pequeno fragmento pertence a um dos primeiros protoplanetas — que são corpos pequenos demais para serem considerados planetas — que se formaram nos primeiros milhões de anos do Sistema Solar.  

"O meteorito recém-descoberto Erg Chech 002 (EC 002) se origina de uma dessas crostas ígneas primitivas e tem uma composição volumétrica de andesito. É proveniente da fusão parcial de um reservatório condrítico não carbonáceo, sem esgotamento de álcalis em relação à fotosfera do Sol e com alto grau de fusão em torno de 25%", diz um trecho do estudo. 

De todos os meteoritos estudados até hoje, cerca de 3.100, todos vieram da crosta ou do manto, sendo formados por basalto. Porém, o Erg Cech 002 se diferencia dos demais, tendo sua formação feita a base de mineral andesita, que é comumente encontrado na região dos Andes.  

"Isso sugere que os primeiros protoplanetas diferenciados que povoaram o Sistema Solar, bem como a maioria de seus detritos, certamente foram destruídos ou posteriormente agregados aos planetas rochosos em crescimento, tornando a descoberta de meteoritos originários de crostas primordiais uma ocorrência excepcional", afirma a pesquisa.  

Meteoros que fizeram parte de protoplanetas são objetos raros de serem encontrados. Afinal, por serem menores, acabam sendo destruídos quando entram na atmosfera ou são absorvidos por planetas maiores, segundo aponta a IFL Science.  

"Nenhum asteroide compartilha as características espectrais do EC 002, indicando que quase todos esses corpos desapareceram, seja porque passaram a formar os blocos de construção de corpos ou planetas maiores ou simplesmente foram destruídos", conclui o documento.