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Notícias / Ciência

Momentos da vida passam ‘diante dos olhos’ na hora da morte, aponta pesquisa

Segundo pesquisador, ‘seus cérebros podem estar revivendo alguns dos melhores momentos que vivenciaram em suas vidas’

Isabela Barreiros Publicado em 23/02/2022, às 14h21 - Atualizado em 01/05/2022, às 08h00

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Tomografia computadorizada realizada para o estudo - Divulgação/Frontiers in Aging Neuroscience
Tomografia computadorizada realizada para o estudo - Divulgação/Frontiers in Aging Neuroscience

Um grupo de pesquisadores queria avaliar o quadro de um paciente de 87 anos com epilepsia por meio de eletroencefalografia contínua (EEG), capaz de detectar as convulsões. No entanto, o idoso acabou morrendo no meio do procedimento.

A morte, em decorrência de um ataque cardíaco, acabou levando os cientistas a um outro caminho no estudo: eles puderam avaliar como o cérebro se comporta no momento em que uma pessoa falece.

No estudo, publicado na revista científica Frontiers in Aging Neuroscience, foram descritas informações inéditas sobre o comportamento do cérebro durante a morte, sugerindo que, nos últimos momentos de uma pessoa, memórias de sua vida são resgatadas.

De acordo com o neurocirurgião Ajmal Zemmar, da Universidade de Louisville, nos EUA, cerca de 900 segundos de atividade cerebral foram detectados perto do instante em que o paciente morreu.

"E estabelecemos um foco específico para investigar o que aconteceu nos 30 segundos antes e depois que o coração parou de bater", explicou o especialista, conforme repercutiu o jornal O Globo.

"Pouco antes e depois que o coração parou de funcionar, vimos mudanças em uma faixa específica de oscilações neurais, as chamadas oscilações gama, mas também em outras como oscilações delta, teta, alfa e beta", acrescentou.

Esses padrões de ondas rítmicas, como o do tipo gama, são semelhantes às observadas durante o sono, meditação, recuperação de memória ou processamento de informações, por exemplo, e são referentes a funções altamente cognitivas.

"Semelhantes aos relatados em experiências de quase morte”, destacou Zemmar. “Essas descobertas desafiam nossa compreensão de quando exatamente a vida termina e geram importantes questões subsequentes, como aquelas relacionadas ao momento da doação de órgãos".

Essa foi a primeira vez que o cérebro foi analisado de tal forma, visto que o idoso havia sofrido lesão, convulsões e inchaço, o que pode dificultar as interpretações sobre os resultados obtidos no estudo. Ainda assim, a expectativa é que novas pesquisas sejam feitas sobre o tema.

"Algo que podemos aprender com esta pesquisa é: embora nossos entes queridos tenham os olhos fechados e estejam prontos para nos deixar descansar, seus cérebros podem estar revivendo alguns dos melhores momentos que vivenciaram em suas vidas", ressaltou.