Conhecido por participar de dezenas de filmes e novelas, o ator enfrentava problemas decorrentes de um AVC
Isabelly de Lima, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 30/05/2022, às 15h35
Nesta segunda-feira, 30, morreu aos 88 anos o ator Milton Gonçalves, no Rio de Janeiro. De acordo com a família, ele faleceu por volta de 12h30 em casa, em decorrência de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que teve um AVC, em 2020, quando precisou ficar 3 meses internado e respirando por aparelhos.
Nascido em Monte Santo, Minas Gerais, em 1933, o ator tem um vasto histórico de produções lembradas pelo imaginário popular brasileiro, sendo mais de 40 novelas somente na TV Globo, onde atuou também em minisséries e programas de humor. Dentre seus trabalhos estão nomes como Irmãos Coragem (1970), A Grande Família (1972), Escrava Isaura (1976), Carga Pesada (1979) e Caso Verdade (1982-1986).
Seu último trabalho foi na novela O Tempo Não Para (2018), em que interpretou Eliseu, um catador de materiais recicláveis e pai de família. Desde criança, Milton Gonçalves era envolvido com arte, fez teatro infantil e amador na juventude, na peça Ratos e Homens, de John Steinbeck, no Arena, foi onde fez sua estreia profissional, no ano de 1957.
Gonçalves estava incluso no primeiro elenco de atores da Globo, junto com Milton Carneiro e Célia Biar. Chegou à emissora a convite do ator e diretor Otávio Graça Mello, que foi seu companheiro de set no filme dos irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira, Grande Sertão (1965). Em depoimento à TV Globo, o ator recordou que "não tinha inaugurado nada ainda": "Os três estúdios, aquele auditório, pareciam para mim os estúdios da Universal”.
O ponto mais alto da carreira de Milton foi seu papel como Pai José na segunda versão da novela Sinhá Moça, em 2006, que rendeu a indicação para o prêmio de Melhor Ator no Emmy Internacional. Ainda na cerimônia, Gonçalves foi o primeiro brasileiro a apresentar uma categoria do evento. Ao lado da atriz americana Susan Sarandon, apresentou o prêmio de Melhor Programa Infanto-juvenil.
O ator também participou de produções fora do Brasil, obtendo destaque ao interpretar policiais em duas produções; em 'O Beijo da Mulher Aranha', líder em indicações ao Oscar de 1986, ele interpretou um militar que prende o protagonista na saída de uma estação metroviária. Em 1992, subiu duas patentes e se tornou o sargento em 'Kickboxer 3: The Art of War'. Sua última produção internacional foi em 2016 com 'Pelé: Birth of a Legend', onde deu a vida a Waldemar de Brito.
