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Notícias / Oriente Médio

Morre iraniana que ateou fogo em si mesma após ser processada por tentar entrar em estádio de futebol

O episódio foi motivado pela premissa de que mulheres não podem “assistir homens seminus jogando”

Fabio Previdelli Publicado em 11/09/2019, às 14h00

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Reprodução
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Em março, uma mulher iraniana foi presa e liberada sob fiança por tentar assistir um jogo de futebol do seu time do coração, o Esteghlal Teerã, no estádio. A atividade é proibida para meninas e mulheres por questões religiosas, o clérigo conservador considera um pecado que mulheres “assistam homens seminus jogando”.

Sahar Khodayari, de 29 anos, foi condenada pelo ato e poderia ser presa por seis meses. Ao saber da condenação e do possível cárcere, ela despejou gasolina em seu corpo e ateou fogo em si mesma. De acordo com a imprensa do país, a mulher não aguentou os ferimentos, cerca de 90% do seu corpo sofreu graves queimaduras e ela acabou falecendo.

A atividade é proibida para meninas e mulheres por uma questão religiosas / Crédito: Reprodução


Conhecida como Garota Azul, por conta das cores do seu time, ela tentou entrar no estádio de peruca azul e um casaco masculino, para assistir a partida contra o Al-Ain dos Emirados Árabes.

O cineasta e jornalista iraniano Maziyar Bahari está em contato direto com a família da torcedora. Segundo ele: “Sahar morreu na sexta-feira e as autoridades de segurança a enterraram imediatamente, e elas à família: ‘Sua filha já nos causou problemas demais, não queremos escutar mais nada de vocês’. Os familiares foram duramente intimados”.

Torcedora prostestando com uma faixa escrita: "Deixe as mulheres iranianas entrarem nos seus estádios" / Crédito: Reprodução


O ato que proibe mulheres de assistir jogos de futebol tem sido bastante debatido no Irã. Até mesmo a FIFA, entidade máxima do futebol, condenou a decisão e ameaçou suspender a Federação Iraniana de Futebol da próxima Copa do Mundo, em 2022, caso mulheres continuem sendo impedidas de frequentar o estádio. O clérigo conservador permanece resistente em relação ao veto. Hoje, a presença de mulheres só é permitida por meio de licenças especiais.