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Notícias / Brasil

Mulheres levarão 120 anos para alcançarem paridade de gênero na política brasileira

Mesmo correspondendo a cerca de 52% do eleitorado, elas somam apenas 15% de representantes no Congresso

Fabio Previdelli Publicado em 08/03/2022, às 10h38

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Dilma Rousseff, a primeira presidente do Brasil - Getty Images
Dilma Rousseff, a primeira presidente do Brasil - Getty Images

Hoje, 8 de março, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres. A data, estabelecida em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), simboliza a luta histórica do gênero para ter suas condições equiparadas às dos homens no que diz respeito à sociedade, política, economia, entre outros âmbitos. 

Mas será que no Brasil já é possível dizer que essa paridade já existe? Na área política, por exemplo, a luta é muito mais antiga que a data. Em 1888, a pernambucana Josephina Álvares de Azevedo se tornou uma das primeiras sufragistas brasileiras

O direito ao voto, porém, só foi conquistado décadas depois, em 1932. Desconsiderando o período da Ditadura Militar, onde o país não gozava de um sistema democrático, o direito das mulheres está vigente há cerca de três décadas. 

Entretanto, apesar delas representarem cerca de 52% do nosso eleitorado, conforme aponta reportagem do Universa, do UOL, o Congresso brasileiro é formado por apenas 15% de representantes femininas. 

Considerando uma avanço proporcional ao conquistado em todo esse período, as mulheres demorariam mais de 120 anos para conquistarem uma paridade de gênero na Câmara dos Deputados e no Senado brasileiro. 

"Essa conta não é precisa. É uma estimativa que considera a manutenção das regras eleitorais e das condições sociais e políticas do país. Mas, nas atuais condições, a paridade dificilmente seria alcançada em menos tempo do que isso", apontou Hannah Maruci, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutoranda em pela Universidade de São Paulo (USP) em ciências políticas e autora do cálculo, em entrevista ao Universa. 

A situação ainda é mais alarmante se analisado o relatório “Mulheres no Parlamento”, publicado em 2021 pela ONU Mulheres. No levantamento, o Brasil ocupa a 142ª posição (entre 192 nações) no ranking de representatividade feminina. À nível de América Latina, só ficamos atrás do Haiti, que não possui nenhuma representante feminina no Legislativo. 

Para se ter ideia, países como México e Bolívia possuem uma paridade muito maior, se aproximando de um ideal que deveria ocorrer em nosso país. Enquanto a nação da América do Norte já atingiu 49% de representação feminina de acordo com o Índice de Paridade Política (IPP), os nossos vizinhos possuem 56% de mulheres no Senado e 48% na Câmara Baixa do Parlamento. 

No que diz respeito ao número de mulheres registradas em partidos políticos no Brasil, a diferença é um pouco menor: elas representam 45% entre 16 milhões de pessoas registradas em agremiações, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entretanto, das 33 siglas registradas, elas presidem apenas seis delas.