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Notícias / Política

O que Arthur do Val disse após áudios vazados?

Em meio à invasão russa, Mamãe Falei declarou que as ucranianas “são fáceis porque são pobres"

Fabio Previdelli Publicado em 14/03/2022, às 11h51

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Arthur do Val, deputado federal - Divulgação/Instagram/@arthurmoledova
Arthur do Val, deputado federal - Divulgação/Instagram/@arthurmoledova

Em meio a invasão russa à Ucrânia, o deputado federal de São Paulo Artur do Val, popularmente conhecido como Mamãe Falei, anunciou que iria até o país do Leste Europeu em uma missão humanitária para mostrar a realidade da guerra aos brasileiros.

Entretanto, sua viagem ficou marcada após o vazamento de um áudio que ele mandou para amigos em um grupo do whatsapp. Nele, Artur diz que as ucranianas  “são fáceis porque são pobres".

Em entrevista ao Domingo Espetacular, exibido ontem, 13, pela Record TV, Do Val falou sobre a polêmica que lhe fez deixar seu partido e se afastar do MBL, além de retirar sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo

À jornalista Carolina Ferraz, o deputado admitiu que “precisa amadurecer”. Enquanto a repórter reproduzia o áudio para Arthur ouvir, ele a interrompeu e tentou se justificar. “Essa é a pior parte”, pausou o deputado. "O que eu quis dizer é que os países que são mais pobres são mais acessíveis. E são mesmo", se defendeu, sem explicar o que ele considera ser “mais acessível”. 

Eu tenho vergonha de ouvir isso. Não era conversa para todos ouvir. Era para os meus amigos. Parece que eu fui para um lugar onde tinha um monte de pessoas vulneráveis e fiquei igual a um maníaco. Não foi isso que aconteceu”, disse Arthur em outro trecho da entrevista. 

Pouco depois, Mamãe Falei explicou o contexto no qual enviou o áudio. "Eu entrei na Ucrânia. E, na hora que a gente foi embora a pé, eu acabei mandando [o áudio] pros meus amigos. Eu realmente achei as mulheres muito bonitas. Parece escroto comparando com fila de balada. Eu assumo que eu errei. Sinceramente, não sei te dizer. É só uma coisa feia".

Do Val também falou sobre o fim de seu relacionamento em decorrência de suas declarações vazadas. "Perdi a namorada e isso derrubou o meu chão. Talvez eu precise aprender mesmo. Não fui correto com a pessoa que estava comigo".

Mesmo admitindo que estava errado, Arthur entende que o pedido de cassação apoiado por 26 deputados da Alesp é uma manobra política de seus rivais. "Isso não está acontecendo por causa dos áudios. Foi a ferramenta que [os deputados] encontraram para acabar com um opositor político", afirmou. 

Muitos se incomodam com minha atuação política e precisavam de um motivo. E eu errei ao dar um motivo", completou sobre o assunto.

Por fim, Mamãe Falei afirmou estar sobre ameaças de morte em decorrência do episódio e se defendeu das acusações de que suas falas poderiam ser entendidas como um incentivo ao turismo sexual. 

"Tenho que responder por aquilo que fiz. Errei e preciso sofrer as consequências [...] Quero ser julgado pelo que eu fiz. Isso vai manchar a minha história para sempre. Tenho só que pedir desculpas”, concluiu.


Relembre a polêmica

Arthur do Val, conhecido no Brasil como 'Mamãe Falei', foi até a Ucrânia nos últimos dia e vivenciou o que tem sido passado após a invasão russa, iniciada por Vladimir Putin em fevereiro. 

Pré-candidato ao governo de SP, através do partido 'Podemos', áudios enviados num grupo de Whatsapp com amigos, é possível ver que Arthur fez comentários esdrúxulos sobre as mulheres que se encontram em solo ucraniano atualmente. As informações são da Coluna de Lauro Jardim, no O Globo.

Arthur após confeccionar molotovs na Ucrânia/ Crédito: Divulgação / Redes sociais

"Detalhe, hein, mano, elas olham. E vou te dizer: são fáceis porque são pobres", diz Arthur.

Em seguida, o candidato fala sobre as mulheres que estavam no aeroporto, novamente com palavras esdrúxulas.

"Mano, eu tô mal. Eu passei agora por quatro barreiras alfandegárias. Duas casinhas em cada país. Mano, eu juro pra você eu contei: são 12 policiais deusas. Mas deusas que você casa e faz tudo que ela quiser. Assim, eu tô mal. Eu não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram minas que você, mano, nem se te dizer, se ela cagar você limpa o c* dela com a língua. Assim que essa guerra passar vou voltar para cá", diz ele.

Arthur também fala sobre a 'fila das refugiadas' e também compara as mulheres com as brasileiras.

"Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteia a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Maluco, eu juro, eu nunca na minha vida vi nada parecido em termos de mina bonita. A fila das refugiadas... Imagina uma fila sei lá, eu tô sem palavras. Sei lá de 200 metros ou mais e só deusa. É sem noção, cara, é inacreditável, é fora de série. Se você pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui. Eu tô triste porque é inacreditável", diz ele.

Já em outro áudio, transcrito pelo Colunista, Arthur repete 'dicas' sobre como 'pegar' mulheres durante viagens fora do Brasil. Ele explica que as 'dicas' foram dadas pelo atual coordenador do MBL, Renan Santos.

"Você nunca pode ir para as cidades litorâneas. Você vai para as cidades normais, porque aí você pega as minas no mercado, na padaria. A recepcionista do hotel que deu em cima de mim aqui é... E essas cidades mais pobres, elas são as melhores. Realmente é outro mundo", diz ele.