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Notícias / Ciência

O que são as misteriosas 'bolhas flutuantes' encontradas na Noruega?

Uma nova pesquisa aponta a origem de um dos maiores mistérios do Mar Mediterrâneo desde seus primeiros registros nos anos 1980

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 08/04/2021, às 13h54

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Um dos avistamentos registrados pelos pesquisadores - Ringvold, H., Taite, M., Allcock, AL et al.
Um dos avistamentos registrados pelos pesquisadores - Ringvold, H., Taite, M., Allcock, AL et al.

Há algumas décadas, uma equipe de mergulhadores circulava pelas águas da costa oeste da Noruega quando deram de cara com uma das coisas mais bizarras de suas vidas; digna de filme alienígena, enormes círculos gelatinosos semi-transparentes pairavam pelo mar em uma altura constante — nem encostado no fundo, nem boiando na superfície.

A primeira encontrada chegava a mais de um metro de altura e chamava atenção por conter uma linha escura em meio a translucidez e ausência de características. Desde então, os estranhos avistamentos de bolhas perfeitas passaram a ser constantes, contando com quase 100 registos ao redor do país e no Mar Mediterrâneo desde 1985, como informou o portal Live Science.

Tais descobertas iniciaram diversos questionamentos sobre a origem das tais bolhas flutuantes — que, por sua vez, resultaram em pesquisas e tentativas de coletar o tal material sem alterar algum fator do ecossistema. A mais clara até então foi revelada em 30 de março deste ano em uma extensa análise na revista Scientific Reports, jogando luz sobre sua origem.

Um dos avistamentos registrados pelos pesquisadores / Crédito: Ringvold, H., Taite, M., Allcock, AL et al.

Matando a dúvida

As bolhas chamaram tanta atenção, que a comunidade científica norueguesa instaurou uma campanha de ciência cidadã para os avistamentos; quando a coleta foi permitida, as bolas tinham um incomum material interno, que chegou a induzir a dúvida de alguns pesquisadores ao suspeitarem que tratava-se de massas de ovos ommastrephid.

A hipótese de se tratarem de bolsas semelhantes a placentas não estavam incorretas. Os pesquisadores conseguiram identificar a matéria e por uma análise de DNA, que demonstrou compatibilidade com uma espécie comum de molusco, cujo nome científico é Illex coindetii. O registro mais antigo dela foi feito na França pelo naturalista Jean Baptiste Vérany, em 1837 como informa o Registro Mundial de Espécies Marinhas.

A constatação do material genético clareou ainda mais a pesquisa, possibilitando a compreensão de que, dentro da esfera, existiam vários embriões de lula em quatro diferentes estágios de desenvolvimento, como revelou o autor do estudo, Halldis Ringvold: "Podemos acompanhar como a esfera realmente muda de consistência - de firme e transparente para se romper e opaca - conforme os embriões se desenvolvem".

Avistamento com embrião avançado registrado pela pesquisa / Crédito: Ringvold, H., Taite, M., Allcock, AL et al.

Inédito na ciência

Apesar de ser conhecido cientificamente por mais de 180 anos e ser relativamente frequente na região e no Atlântico, tratou-se da primeira identificação de ovos dessas lulas na natureza, com as massas compostas pelo próprio muco para manter seus embriões flutuando e protegidos de predadores, como apontou o estudo.

A campanha cidadã de coleta também auxiliou no resultado definitivo; quatro bolhas idênticas, de estágios e regiões distantes, foram entregues aos estudiosos, tendo todos os DNAs compatíveis com o Illex coindetii.

Mesmo assim, acrescentam que o método pode ser comum em algumas outras espécies da família, porém, sem a possibilidade de maiores detalhes pela ausência de tecidos de outras mutações.

Por fim, ainda acrescentam que a faixas opacas que, em estágio avançado, preenchem as bolhas, não se tratam de fetos ou pequenas lulas; elas conseguem se desprender da esfera na maturidade, que também começa a desintegrar — mas os borrões são gerados com a tinta liberada durante a fertilização.


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