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Notícias / Cultura

Obra fundamental na luta antirracista, Pele Negra, Máscaras Brancas é relançada

Publicada originalmente em 1952, a obra escrita por Frantz Fanon trata-se de uma análise psicanalítica sobre questões raciais

Victória Gearini Publicado em 19/11/2020, às 12h07

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Frantz Fanon, autor de Pele Negra, Máscaras Brancas (1952) - Wikimedia Commons
Frantz Fanon, autor de Pele Negra, Máscaras Brancas (1952) - Wikimedia Commons

Lançada nesta quinta-feira, 19, a obra Pele Negra, Máscaras Brancas, de Frantz Fanon, foi publicada originalmente em 1952. Nesta edição da Ubu Editora, o clássico conta com prefácio da artista e ativista Grada Kilomba, e posfácio do professor e pesquisador Deivison Faustino.

Considerado um dos maiores clássicos de Frantz Fanon, o livro é um dos mais influentes na luta antirracista. Logo no início, é apresentada ao leitor uma análise psicanalítica sobre questões raciais, tendo como pauta central as nuances enfrentadas por pessoas negras em uma sociedade branca e racista.

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Pele Negra, Máscaras Brancas, de Frantz Fanon (2020) / Crédito: Divulgação / Ubu Editora

A obra descortina os mecanismos que a sociedade colonialista instaurou ao longo dos séculos. O autor apresenta, ainda, a “epidermização da inferioridade”, que seria a interiorização de uma inferioridade associada à cor da pele. 

“Eu nunca tinha lido nada assim, tão brilhante e inteligente. Tão audaz. Tão poderoso. A força da sua escrita era tal que, enquanto eu lia, o meu corpo precisava de voltar à superfície, para um fôlego de ar [...]. Talvez esta seja a obra que o Brasil mais precisa, neste momento, como eu precisei há anos atrás, para desobedecer à ausência e para viver na existência”, disse Grada Kilomba no prefácio.

Por meio de uma escrita erudita, o escritor articula conceitos da filosofia, psicanálise, psiquiatria e antropologia, a partir de autores como Hegel, Sartre, Lacan, Freud e Aimé Cesaire. Com uma notável linguagem poética, Fanon também conduz o leitor a uma profunda reflexão sobre o tema. 

Segundo Deivison Faustino, um dos principais efeitos desta leitura é fazer os leitores descobrirem suas vulnerabilidades, desamparos e angústias. “O que resta a ser dito depois de um livro como este? Após o percurso visceral de autorreflexão filosófica e ‘descida ao verdadeiro inferno’ que ele proporciona, talvez o mais sensato fosse fechá-lo por um instante, respirar fundo e, tal como os sobreviventes de uma explosão apocalíptica que ainda nem aconteceu, tatear dentro e ao redor de nós mesmos para aferir o tamanho do estrago”, disse Deivison Faustino no posfácio.

Disponível na Amazon em formato de capa comum, a obra conta com textos complementares do intelectual e ativistaFrancis Jeanson, do crítico e professor de Harvard Homi K. Bhabha e do historiador Paul Gilroy.

Confira abaixo um trecho de Pele Negra, Máscaras Brancas (2020):

“Conferimos importância fundamental ao fenômeno da linguagem. É por isso que consideramos necessário este estudo, que deve nos fornecer um dos elementos de compreensão da dimensão para-outrem do homem de cor, tendo em mente que falar é existir absolutamente para o outro. 

O negro tem duas dimensões. Uma com seu semelhante e outra com o branco. Um negro se comporta de modo diverso com um branco e com outro negro. Que essa cissiparidade seja consequência direta da aventura colonialista, não resta nenhuma dúvida… Que ela alimente sua veia principal no coração das diversas teorias que pretenderam fazer do negro o lento encaminhamento do macaco ao homem, ninguém ousa contestar. São evidências objetivas, que expressam a realidade.

Mas, uma vez percebida essa situação, uma vez compreendida, supõe-se que a tarefa esteja cumprida… Como então não voltar a ouvir, despencando pelos degraus da História, esta voz que diz: 'A questão não é mais conhecer o mundo, mas transformá-lo'? 

Essa é uma questão terrivelmente premente em nossa vida”


+Saiba mais sobre esta e outras obras relacionadas ao tema, disponíveis na Amazon:

Pele Negra, Máscaras Brancas, de Frantz Fanon (2020) - https://amzn.to/3kKFMI1

Escravidão, de Laurentino Gomes (2019) - https://amzn.to/37n5OLI

Escravidão e cidadania no Brasil monárquico, de Hebe Maria Mattos (1999) - https://amzn.to/2rcVZPV

Liberdade por um fio, de Vários autores (1996) - https://amzn.to/2O0tmyA

Criminologia do preconceito, de Evandro Piza Duarte e Salo de Carvalho (2017) - https://amzn.to/2A4yTiU

Racismo Estrutural, de Silvio Almeida (2019) - https://amzn.to/2zlTBe8

Racismo Recreativo, de Adilson Moreira (2019) - https://amzn.to/3e72abq

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