Um novo estudo se dedicou a analisar os vestígios de povos humanos na África ocidental, que recebeu bem menos pesquisas que a África oriental ao longo dos anos
Ingredi Brunato Publicado em 23/11/2020, às 14h15
Recentemente, uma equipe de pesquisadores do Instituto Max Planck realizou escavações na cidade de Tiemassassien, no Senegal, um país da África Ocidental, descobrindo ferramentas de pedra do período entre 62 mil e 25 mil anos atrás. Um dos objetivos do trabalho foi aumentar o conhecimento sobre essa porção do continente, uma vez que a maioria das pesquisas se dedica à porção oriental.
“Nosso novo trabalho em Tiemassassien oferece uma comparação nítida com trabalhos recentes sobre ocupações costeiras no leste da África [lado oriental]. Eles abrangem aproximadamente o mesmo período, têm características ecológicas semelhantes e são encontrados ao longo da costa tropical”, comentou Jimbob Blinkhorn, que esteve envolvido no estudo, segundo divulgado pela Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Uma das maiores contribuições da nova pesquisa é determinar que a cidade africana foi principalmente ocupada durante a Idade da Pedra Média (ou Mesolítico) - anteriormente, a falta de sistematicidade dos estudos teria deixado dúvida se as descobertas locais seriam desse período, ou então do Neolítico.
"A continuidade do comportamento que vemos em Tiemassassien contrasta fortemente com as mudanças tecnológicas observadas na África oriental, e isso reflete um padrão semelhante visto em estudos genéticos e paleoantropológicos da estrutura populacional duradoura na África Ocidental", disse ainda Blinkhorn.
Sobre a Idade da Pedra
A Idade da Pedra é o período da Pré-História em que a espécie humana passou a criar ferramentas de pedra. Ele é dividido entre Paleolítico, Mesolítico e Neolítico, com o último período sendo marcado por pedras lascadas e polidas - que demarcava o que havia de mais tecnológico no período.
Também foi nessa última parte da Idade da Pedra que as populações humanas abandonaram o nomadismo e passaram a se fixar em aldeias, desenvolvendo não apenas a agricultura e a pecuária, mas também cerâmica e tecelagem.
