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Notícias / Arquelogia

Oficina de lâmpada a óleo de 1.700 anos é encontrada em Israel

Os artefatos foram desenterrados e analisados por especialistas, que também conseguiram desvendar um mistério de mais de 80 anos

Alana Sousa Publicado em 14/12/2020, às 13h00

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Lâmpadas encontradas em Israel - Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel
Lâmpadas encontradas em Israel - Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel

Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel revelaram na manhã desta segunda-feira, 14, a descoberta de uma enorme oficina de lâmpadas a óleo, que foi datada entre 1.600 e 1.700 anos. A informação foi divulgada pelo portal Times of Israel.

Desenterrada na cidade de Beit Shemesh, que estava passando por obras para a construção de novas casas, a antiga fábrica ainda resolve um mistério pendente desde a década de 1930. “Estamos extremamente entusiasmados, pois esta não é apenas uma importante descoberta arqueológica por si só, mas também uma evidência tangível da história arqueológica”, diz trecho de um comunicado publicado pelos diretores de escavação Itai Aviv, Omer Shalev, Nicolas Benenstein e Moran Balila.

Artefatos descobertos em oficina / Crédito: Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel

A descoberta, que foi feita por estudantes da academia militar do país, veio em bom momento, conforme eles alegaram. “O festival de Hanukkah é uma ótima oportunidade para contar ao público sobre a recuperação dessas lâmpadas a óleo, que era o principal método de iluminação na antiguidade”.

Ao analisar as lâmpadas, especialistas perceberam a semelhança que elas apresentavam com fotos de uma expedição do arqueólogo Dimitri Baramki, em 1934. Na época, por falta de tecnologia e mais recursos, o funcionário do Departamento de Antiguidades encontrou os objetos em uma cisterna, mas não sabia do que se tratava. O caso ficou esquecido por muitos anos.

Decoradas com estatuetas de cerâmica representando mulheres, animais — principalmente pássaros — e cavaleiros, os itens revelam um pouco sobre o passado religioso, tanto quanto social, da região: “As estatuetas e os motivos nas lâmpadas da região de Beit Nattif contam a história das colinas da Judéia no período após a Revolta de Bar Kokhba”, fala Benyamin Storchan da Autoridade de Antiguidades de Israel, especialista em lâmpadas Beit Nattif.

“Pelos escritos de Josefo, sabemos que durante o período do Segundo Templo, Beit Nattif era um centro administrativo regional — uma das dez principais cidades sob o domínio asmoneu”, explica Storchan. No entanto, anos mais tarde, outras religiões começaram a aparecer pelas cidades próximas, o que refletiu diretamente na produção dos artefatos.

Arqueólogo segurando as lâmpadas descobertas / Crédito: Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel

“Durante este período, o cristianismo também começou a surgir e algumas das lâmpadas de óleo Beit Nattif carregam motivos de peixes, um dos símbolos do cristianismo. A grande variedade de lâmpadas e estatuetas prova, portanto, que a população local apresentava uma mistura de pagãos, cristãos e judeus”, finaliza Benyamin.

Sobre arqueologia

Descobertas arqueológicas milenares sempre impressionam, pois, além de revelar objetos inestimáveis, elas também, de certa forma, nos ensinam sobre como tal sociedade estudada se desenvolveu e se consolidou ao longo da história. 

Sem dúvida nenhuma, uma das que mais chamam a atenção ainda hoje é a dos egípcios antigos. Permeados por crendices em supostas maldições e pela completa admiração em grandes figuras como Cleópatra e Tutancâmon, o Egito gera curiosidade por ser berço de uma das civilizações que foram uma das bases da história humana e, principalmente, pelos diversos achados de pesquisadores e arqueólogos nas últimas décadas.