Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Operação policial

Operação na Vila Cruzeiro: polícia não reconhece a autoria de 8 mortes

Polícia do Rio de Janeiro não reconhece a autoria de 8 das 25 mortes da operação na Vila Cruzeiro

Redação Publicado em 25/05/2022, às 17h21

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Operação Vila Cruzeiro - Reprodução/Vídeo/Youtube/UOL
Operação Vila Cruzeiro - Reprodução/Vídeo/Youtube/UOL

Oito das vinte e cinco mortes ocorridas na operação policial na Vila Cruzeiro, favela da zona norte do Rio de Janeiro, não foram registradas como provocadas por agentes do estado e não possuem circunstâncias básicas reconhecidas.

De acordo com as lideranças comunitárias, todas as mortes foram causadas por policiais, mas foram registradas como homicídio comum. Os corpos foram levados pelos próprios moradores ao Hospital Getúlio Vargas e outras unidades de saúde. As informações são da Folha de São Paulo.

"Infelizmente, eles [os policiais] não estão fazendo o socorro dos mortos e dos alvejados. A gente está pedindo um cessar-fogo, ao menos temporário, para socorrer feridos e retirar corpos", afirmou Cristino Valle Brito, da OAB-RJ. A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal deverão identificar se alguma de suas equipes reconhece a autoria. 

Homicídios provocados em confrontos com policiais são registrados na Delegacia de Homicídios (DH) como "mortes decorrentes de intervenção policial". Nos boletins de ocorrência, é incluída, inicialmente, a versão dos agentes a respeito do confronto e as armas apreendidas. 

Caso as equipes da Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, não forem identificadas como reconhecendo a autoria dos homicídios, a apuração começará sem a autoria definida, como ocorre em homicídios comuns. O registro de homicídio dificulta ainda mais o esclarecimento sobre as circunstâncias dessas mortes.

Segundo a Folha, que obteve dois boletins de ocorrência que se referem a 18 das 25 mortes, em um deles, as pessoas foram socorridas por populares e suas mortes foram registradas como homicídios. Segundo Cristino Valle Brito, um jovem baleado pediu ajuda para ser encaminhado ao hospital, mas morreu no caminho para a unidade de saúde.

Já o outro boletim, relata a morte de 10 pessoas em suposto confronto num local conhecido como Pedra do Sapo. Elas foram levadas para o Hospital Getúlio Vargas, onde já chegaram mortas.

O caso foi registrado como "morte decorrente de intervenção policial" na DH e 12 policiais militares se declararam envolvidos no tiroteio. Também foi descrita a apreensão de 13 fuzis, 12 granadas e 4 pistolas, na operação. As demais 15 mortes seguem sem esclarecimento sobre suas circunstâncias básicas.

Operação do Jacarezinho

Na operação de Jacarezinho, que resultou em 27 mortes mais a de um agente, em maio de 2021, foram feitos 11 registros de ocorrências descrevendo cada um dos supostos confrontos. Com eles, o MP-RJ pôde comparar o relato dos policiais com perícias realizadas nos locais, nos corpos e roupas das vítimas.

Depois de realizada a apuração, a Promotoria concluiu que quatro policiais  mentiram em seus depoimentos sobre três mortes e os denunciou sob acusação de homicídio. Já os outros casos, foram arquivados pela não identificação de inconsistência nas versões apresentadas pelos agentes.