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Pai de Tutancâmon fez crianças trabalharem até a morte

Esqueletos mostram crianças de 7 anos morrendo de doenças causadas por excesso de trabalho

Thiago Lincolins Publicado em 07/06/2017, às 10h41 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35

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O controverso faraó e mural de escravos ao fundo - Montagem Shutterstock e Wikimedia Commons
O controverso faraó e mural de escravos ao fundo - Montagem Shutterstock e Wikimedia Commons

O pai de Tutancâmon, Akhenaton, que governou o Egito entre 1353 e 1336 a.C., não foi uma figura muito popular. Seu reinado foi marcado pela tentativa de abandonar o politeísmo da época e introduzir uma adoração centrada apenas no deus Aton, o Sol. A atitude não foi aceita pelos sacerdotes e sucessores, que após sua morte restauraram novamente a religião e tentaram apagar qualquer vestígio de sua existência. O retorno foi já no reinado de seu filho, terminado aos meros 18 anos. 

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Agora surge outro ato arbitrário de seu reino: ele usou de crianças e adolescentes escravizados para construir sua maior obra, a nova capital, com seu próprio nome e dedicada a seu deus único, no hoje no chamado sítio de Amarna. 

A descoberta vem de pesquisadores da Universidade Universidade do Sul de Illinois, que examinaram 105 esqueletos que estavam enterrados no cemitério dos Túmulos do Norte  A analise feita pelos pesquisadores comprova que 90% dos corpos pertenceram a pessoas que morreram na faixa etária entre 7 e 25 anos, a maioria com 15 anos.

Falando ao The Guardian, Gretchen Dabbs, líder das pesquisas, afirmou que começou a desconfiar de algo errado porque pessoas nessa faixa etária são geralmente saudáveis. Não deveriam ter morrido em larga escala. 

Os esqueletos no momento em que foram encontrados / Mary Shepperson, Amarna Project

O estudo demonstrou que os corpos de 15 a 25 anos possuem lesões corporais e cerca de 10% desenvolveram artrose, degeneração das cartilagens e ossos.  Em 16% dos corpos de crianças menores de 15 anos são encontrados fraturas na coluna vertebral. Com isso a suspeita inicial de Dabbs foi confirmada: a morte desses adolescentes e jovens foi causada pela excessiva carga de trabalho.

Outra questão apontada pelo time de pesquisadores é a forma como os corpos foram enterrados já que 43% dos túmulos continham mais de um individuo. Essa observação leva a acreditar que após serem convocadas para o trabalho escravo, essas crianças e jovens perdiam contato com as suas famílias e não eram enterrados por elas. 

Os ossos que estão sendo estudados pelos pesquisadores /  Mary Shepperson, Amarna Project

O foco atual dos arqueólogos é descobrir a origem dos esqueletos encontrados. O cemitério dos Túmulos do Norte é situado próximo onde residiam antigas pedreiras. Há duas teorias: talvez fossem filhos de escravos. Ou foram tomadas de famílias livres à força, como tributo ao faraó e seu deus.