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Notícias / Civilizações

O milho foi responsável pelo declínio dos maias, indica estudo

Uma análise em ossos das elites urbanas maias provou que eles eram viciados em comer milho. A monocultura custou caro quando ocorreram as mudanças climáticas

André Nogueira Publicado em 05/07/2019, às 08h00

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Crédito: Reprodução
Crédito: Reprodução

A centralidade exagerada do milho na dieta base das elites urbanas maias pode ter sido relevante para a queda da civilização, há 1.300 anos. É o que sugere uma nova pesquisa de cientistas da Universidade do Estado da Pensilvânia. Enquanto pesquisas anteriores sugerem que os maias decaíram por mudanças climáticas, o novo estudo coloca que essas mudanças não foram superadas pelas cidades por sua obsessão pelo cultivo do milho.

Segundo os dados da pesquisa, as populações rurais maias passaram pela crise de maneira melhor, isso porque desfrutravam de uma dieta rica. Por outro lado, o abastecimento das cidades teria entrado em crise durante os longos períodos de seca - a monocultura do milho impediu uma grande capacidade de adaptação às novas condições.

Em uma análise de isótopos de carbono na ossada de tumbas maias, cientistas concluíram que o nível de concentração de uma dieta baseada no milho é encontrado em jovens das elites urbanas. Enquanto isso, camponeses e grupos menores das cidades demonstraram uma diversidade na alimentação. 

Isso é consonante com o fato de que, com a ascensão dos maias (Período Clássico Terminal), a estratificação social se intensificou, criando nichos de alimentação e poder progressivamente mais díspares. Com isso, a produção de alimentos para as cidades não influenciava a dieta dos membros da ah-chembal uinicoob, a classe produtora.

Durante o período, diversas práticas agrícolas maias tiveram que se adaptar às demandas das elites. O apego unilateral ao milho pela cidade demonstra a vulnerabilidade do ser humano em relação a mudanças climáticas e a fragilidade da monocultura.

A hiper-especalização da dieta maia, que persistiu mesmo nos deslocamentos em massa durante o abandono dos grandes centros, custou caro aos grupos mandatários da civilização mesoamericana.