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Notícias / Arqueologia

Pesquisa revela que gatos dos vikings eram menores do que os de hoje

Enquanto os cachorros são 25% menores do que os lobos, em média, os felinos dinamarqueses cresceram 16% em mil anos

Mariana Ribas Publicado em 14/12/2018, às 08h27 - Atualizado às 13h47

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Entenda - Getty Images
Entenda - Getty Images

Em geral, os animais ficam menores quando são domesticados. Os cachorros, por exemplo, em média, são 25% menores do que seus primos selvagens, os lobos cinzentos. Tudo indica que os gatos estão percorrendo o caminho inverso: nos últimos séculos, eles ficaram maiores.

Quem fez essa descoberta foi uma estudante de arqueologia da Universidade de Copenhague, Julie Bitz-Thorsen. Ainda na graduação, ela recebeu de uma professora a missão de recolher ossos de gatos entre sacolas de restos mortais encontrados em diferentes sítios arqueológicos da Dinamarca e armazenados pelo Museu Zoológico de Copenhagen. Ela começou então a fazer medição e datação desse material. Concluiu que os gatos domesticados atuais são 16% maiores do que os felinos da Era Viking (séculos 8 a 11).

Julie Bitz-Thorsen analisou ossos de gatos que datam desde o início da era cristã até o século 19. Suas conclusões acabam de ser publicadas no Jornal Dinamarquês de Arqueologia. Ela cita o fato de que os vikings desenvolveram um vasto comércio de gatos. Muitos deles foram mortos porque os guerreiros usavam os pelos. “Você pode dizer que os gatos foram esfolados. Os ossos têm marcas e o pescoço foi quebrado”, afirma a pesquisadora.

Por que os gatos cresceram? Será porque passaram a comer melhor? Ou eles passaram por alguma mutação genética? A pesquisa não permite chegar a conclusões nessa direção.

Crânios de gatos vikings, acima a direita. Os gatos modernos aparecem logo abaixo Reprodução/ANNE-BIRGITTE GITFREDSEN

Gatos já eram domesticados em Chipre, no Oriente Médio, por volta de 7.500 a.C. Por volta de 1.700 a.C., eles começaram a serem transportados por navios pelo mediterrâneo e dados como presentes para as pessoas, porque tinham a capacidade de acabar com animais que espalham pragas, como os ratos. Por volta de 200 a.C., existem registros de ossos de gatos enterrados junto a humanos. É caso de cadáver humano encontrado na Dinamarca com um osso de tornozelo de um gato pendurado no pescoço, como se fosse um amuleto.

A pesquisa dinamarquesa é restrita aos gatos do país. Segundo Wim Van Neer, um arqueólogo do Instituto Real Belga de Ciências Naturais que não participou da pesquisa. "Tal mudança nunca foi documentada em outro lugar, até onde eu sei". Ou seja, a pesquisa revela informações sobre o efeito do convívio com os humanos para a saúde dos gatos.