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Notícias / Civilizações

Pesquisa revela morte brutal de prisioneiros de guerra em antiga cidade maia

Descobertos em Uxul, no México, os corpos teriam sido desmembrados e enterrados há 1.400 anos

Daniela Bazi Publicado em 16/12/2019, às 15h06

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Restos mortais encontrados no fundo de um reservatório de água artificial - Nicolaus Seefeld
Restos mortais encontrados no fundo de um reservatório de água artificial - Nicolaus Seefeld

Durante uma pesquisa sobre o sistema de abastecimento de água na antiga cidade maia de Uxul, no México, em 2013, o Dr. Nicolaus Seefeld descobriu restos de aproximadamente 20 pessoas em um poço, que haviam sido enterrados há 1.400 anos, durante o século VII d.C.

As escavações faziam parte de um projeto, que durou de 2009 à 2015, realizada pelo Departamento de Antropologia das Américas da Universidade de Bonn, e foram lideradas pelo professor Dr. Nikolai Grube. Com a descoberta, a investigação do poço passou a ser comandada pelo Dr. Seefeld, e financiada pela Fundação Gerda Henkel.

De acordo com a recente pesquisa, que ultilizou isótopos de uma substância presente nos dentes, chamada estrôncio, foi revelado que alguns dos corpos encontrados são de pessoas que cresceram a pelo menos 150 quilômetros da cidade de Uxul.

De acordo com o Dr. Nicolaus Seefeld "Quando o desenvolvimento do esmalte dentário é concluído na primeira infância, a proporção de isótopos de estrôncio indica a região em que uma pessoa cresceu".

Restauração de um dos crânios encontrados durante a escavação / Créditos: Nicolaus Seefeld

Durante o estudo, que foi feito em parceria com pesquisadores do Laboratório de Geoquímica Isótopo do Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), foram retiradas amostras de esmalte dentário de aproximadamente 13 dos corpos encontrados.

Com os resultados, foi possível comprovar que a maioria das vítimas eram das planícies do sul, onde hoje se localiza a Guatemala, e que aparentemente tinham um alto status social, já que oito dos indivíduos foram encontrados com dentes de elaboradas joias, ou gravadas em seus incisivos.

As investigações também revelaram que os corpos eram de 14 homens, uma mulher, além de conter diversos restos mortais de adolescentes e de uma criança com apenas 18 meses, com quase todos os ossos mostrando marcas de cortes e ferimentos feitos com lâminas de pedra.

Os indivíduos foram mortos e decapitados do lado exterior do reservatório de água, e desmembrados sistematicamente tendo suas partes do corpo colocadas no fundo do poço.

As marcas também mostram que eles haviam sido expostos ao fogo, possivelmente para facilitar a remoção da pele e dos músculos. A possibilidade de canibalismo foi descartada, já que não foram encontradas mordidas humanas.

A pesquisa concluiu que a explicação mais aceita para o caso, de acordo com as evidências atuais, é que boa parte dos indivíduos eram prisioneiros de guerra das planícies do sul, que foram derrotados após um confronto com os militares de Uxul. As vítimas teriam sido então capturadas e levadas até a cidade para morrer.