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Notícias / Paleontologia

Pesquisadores encontram restos de dinossauro aquático que viveu no Saara há 100 milhões de anos

Criatura de 15 metros de comprimento e que pesava até 20 toneladas coloca fim a crença de que a espécie nunca nadou

Fabio Previdelli Publicado em 30/04/2020, às 09h00

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Escultura de um Espinossauro no Museu de Ciências Naturais, em Barcelona - Wikimedia Commons
Escultura de um Espinossauro no Museu de Ciências Naturais, em Barcelona - Wikimedia Commons

Pesquisadores encontraram a primeira evidência de um dinossauro que nadava, vivia e caçava debaixo d’água onde hoje é o árido deserto do Saara. A descoberta evidencia que há mais de 100 milhões de anos, uma incrível criatura viveu na região que já foi um exuberante oásis com diversos rio e cursos de água repletos de vida.

Escondido sob a superfície e no topo de toda a cadeia alimentar, havia um temível monstro aquático chamado Spinosaurus aegyptiacus, que se movia através da água com a ajuda de uma cauda longa e flexível, que mais parecia uma barbatana, e capturava suas presas com seus amedrontadores dentes de quinze centímetros de comprimento. Sabe-se que os adultos dessa espécie atingiram até 15 metros de comprimento e pesavam até 20 toneladas.

Ilustração artística de um Espinossauro / Crédito: University of Portsmouth / Davide Bonadonna

"A cauda de barbatana do espinossauro é uma descoberta que muda o jogo e que fundamentalmente altera nossa compreensão de como esse dinossauro viveu e caçou — era realmente um 'monstro do rio'", disse o Dr. David Unwin, da Universidade de Leicester.

“Além de sua cauda, muitas outras características dessa espécie, como a posição alta das narinas, ossos pesados, pernas curtas e pés em forma de pá, apontam para uma vida passada na água e não em terra”, explica o especialista. "Os dinossauros não apenas dominaram a terra e voaram como pássaros, mas também voltaram para a água e se tornaram os principais predadores de lá".

Os restos do dinossauro foram encontrado no lago Kem Kem, situado ao longo da fronteira entre Marrocos e Argélia, que é conhecido por preservar criaturas cretáceas extinta há milhares de anos.

Parte da cauda do Espinossauro que foi encontrada no Marrocos / Crédito: Divulgação/ Diego Mattarelli

Embora continue sendo um mistério o motivo pelo qual apenas uma espécie conquistou a água, a descoberta coloca fim a uma crença de longa data de que os dinossauros nunca nadaram. "Essa descoberta é o prego no caixão da ideia de que dinossauros não aviários nunca invadiram o reino aquático", disse o doutor Nizar Ibrahim, da Universidade de Detroit Mercy.

"Este dinossauro estava perseguindo ativamente presas na coluna d'água, e não apenas permanecendo em águas rasas esperando os peixes nadarem. Provavelmente ele passou a maior parte de sua vida na água", concluiu o pesquisador. O estudo completo foi publicado ontem, 29, na revista Nature.

Confira mais imagens:

Representação em 3D de como seria um Espinossauro / Crédito: University of Portsmouth

Mapeamento dos ossos de um Espinossauro / Crédito: University of Portsmouth

O paleontólogo Diego Mattarelli ao lado de dois fósseis desenterrados / Crédito: Divulgação/ Diego Mattarelli