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Notícias / Arqueologia

Pesquisadores identificam descrição anatômica do corpo humano mais antiga da história

Manuscritos chineses de 2.200 anos retratavam o organismo a partir de ensinamentos da medicina tradicional chinesa

Isabela Barreiros Publicado em 02/09/2020, às 13h53

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Manuscritos encontrados em Changsha, China - Divulgação/WikiImages
Manuscritos encontrados em Changsha, China - Divulgação/WikiImages

Na década de 1970, pesquisadores descobriram manuscritos muito antigos em uma tumba próxima a cidade de Changsha, no centro-sul da China. Acredita-se que eles foram guardados na sepultura há aproximadamente 2.200 anos, em 168 a.C. Os escritos ficaram de lado por alguns anos, mas, agora, cientistas decidiram finalmente decifrá-lo.

Durante muito tempo, acreditou-se que a anatomia foi uma das maiores descobertas feitas pela Grécia Antiga. No entanto, a análise dos manuscritos encontrados na China revelou que eles podem ter sido a descrição anatômica do corpo humano mais antiga da História. Ou seja, os chineses também estavam entre os primeiros a estudarem tal ciência.

"O que fizemos foi reinterpretar os textos, que descrevem onze 'caminhos' através do corpo. Alguns deles claramente se relacionam com 'meridianos' de acupuntura posteriores. Conseguimos mostrar paralelos significativos entre as descrições no texto e as estruturas anatômicas e, assim, redescobrir o antigo interesse pelo estudo científico da forma humana”, explicou Vivien Shaw, da Escola de Ciências Médicas da Universidade de Bangor.

O novo estudo publicado na revista científica The Anatomical Record explica que os manuscritos não possuem a visão anatômica dos dias de hoje, principalmente demonstrados na medicina ocidental. Na verdade, os antigos chineses tratavam o corpo a partir da visão da medicina tradicional chinesa. Segundo Shaw, “se baseia no conceito filosófico de opostos complementares de yin e yang, familiar aos ocidentais que seguem o espiritualismo oriental”.

“Nossas descobertas reescreveram uma parte importante da história chinesa. [...] Acreditamos que nossa interpretação do texto desafia a crença generalizada de que não há base científica para a 'anatomia da acupuntura', ao mostrar que os primeiros médicos a escrever sobre os meridianos estavam, na verdade, descrevendo o corpo físico”, concluiu a pesquisadora.