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Notícias / Arqueologia

Pesquisadores investigam banho maia que representa deusa anfíbia na Guatemala

Foram encontrados artefatos curiosos no local que homenageia a divindade que é retratada agachada como um sapo

Isabela Barreiros Publicado em 20/10/2020, às 14h34

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Ossos de sapos encontrados em Los Sapos, na Guatemala - Divulgação/San Bartolo-Xultun Regional Archaeological Project
Ossos de sapos encontrados em Los Sapos, na Guatemala - Divulgação/San Bartolo-Xultun Regional Archaeological Project

Arqueólogos realizaram uma intensa investigação no local de Xultun, na Guatemala, onde foi encontrado um banho de vapor que data do período clássico inicial, entre os anos de 250 e 550 d.C.. O espaço era geralmente utilizado por mulheres de comunidades maias durante o cuidado perinatal e também no pós-parto. 

Os pesquisadores identificaram que o local foi construído como uma representação de uma deusa anfíbia, possivelmente conhecida como "ix.tzutz.sak", que era retratada em uma posição agachada, muito similar a de um sapo. O banho também foi denominado como “Los Sapos”.

"Nenhuma outra estrutura na Mesoamérica — banho de suor ou outra coisa — se parece com este prédio. Parece que quando alguém entra pela frente da estrutura, está entrando na deusa anfíbia que personificava o banho de suor”, afirmou a arqueóloga Ashley Sharpe, uma das envolvidas na pesquisa.

Os artefatos encontrados no local também eram muito peculiares. A especialista explica que “temos um caso raro em que podemos associar as oferendas — um bebê, estatuetas de mulher, sapos e iguanas — com o papel a estrutura desempenhada na comunidade”, exatamente devido às representações de anfíbio descobertas na estrutura.

Segundo a arqueóloga Mary Clarke, principal autora do artigo, a deusa em questão foi representada como a responsável pelos ciclos de gestação da vida humana mas também do próprio tempo. 

"Ligar noções de nascimento a figuras reptilianas, no entanto, não é incomum entre os maias clássicos, pois expressam o verbo 'nascer' como um glifo de boca reptiliano voltado para cima. O que vemos em Xultun é um exemplo onde esta deusa reptiliana, bem como as ideias e mitos que ela incorporou são expressos como um lugar físico”, disse Clarke.